Por Geoffrey Smith
Investing.com - Os bancos centrais empurram o rendimento dos títulos americanos para baixo, com mais sinalizações de manutenção das políticas monetárias acomodativas ao redor do mundo. Isso ajuda o apetite por risco, com os futuros americanos e o EWZ, o principal ETF brasileiro no exterior que replica o Ibovespa, negociando em alta, enquanto o dólar cai ante moedas emergentes.
A recuperação da indústria chinesa na China desacelera, mas na Europa e no Japão o movimento é de alta. O órgão regulador americano aprovou a vacina de uma dose da Johnson & Johnson (NYSE:JNJ) (SA:JNJB34), enquanto os preços do petróleo bruto sobem após o Irã rejeitar as negociações com os EUA.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na segunda-feira, 1º de março.
CONFIRA: Calendário Econômico completo do Investing.com
1. Austrália lidera resistência do banco central contra a queda nos rendimentos
A volatilidade do mercado de títulos, que dominou as negociações da semana passada, diminuiu, com o primeiro sinal concreto de que os bancos centrais vão reagir contra quem pressiona os rendimentos das dívidas públicas para cima, na antecipação de um repique da inflação.
O Banco Central da Austrália comprou o dobro da quantidade programada de títulos de longo prazo na operação regular de flexibilização quantitativa durante a noite, após uma intervenção para manter os rendimentos dos títulos de três anos no nível alvo na semana passada. O Banco Central Europeu também publicará detalhes das compras de títulos da última semana, o que deve mostrar o quanto o BCE estava empenhado em evitar o que chama de um “aperto injustificado das condições financeiras”.
John Williams e Lael Brainard, do Federal Reserve, podem opinar sobre os desenvolvimentos do mercado de títulos em discursos às 11h00 e às 11h05 (horário de Brasília), respectivamente. O rendimento dos títulos de 10 anos dos EUA caiu para 1,431% durante a noite, enquanto o rendimento de 10 anos dos bonds alemães caiu para -0,310%.
A reviravolta ajuda os mercados acionários, com maior apetite pelo risco chegando até os países emergentes. O EWZ brasileiro subia 1,72%.
2. Platôs de recuperação na China, enquanto Japão e Europa ganham velocidade
A recuperação econômica subjacente à liquidação do mercado de títulos parecia praticamente intacta na última rodada de pesquisas de negócios em todo o mundo. O índice de gerentes de compras do Japão atingiu o nível mais alto em mais de dois anos, enquanto a Coreia do Sul registrou outro mês forte de exportações e importações.
Os PMIs finais de fevereiro também foram revisados para cima na maior parte da Europa, com a indústria da Zona do Euro apresentando a melhor leitura desde o início de 2018, em 57,9, e o PMI de manufatura do Reino Unido sendo revisado para 55,1.
O PMI Caixin da China, no entanto, caiu para o nível mais baixo em nove meses. Analistas disseram que os números foram distorcidos pelo período do feriado do Ano Novo Lunar, mas a queda mensal foi a terceira consecutiva e levou o índice à menor em nove meses, sugerindo que a recuperação da manufatura da China está se estabilizando.
A pesquisa de manufatura americana do Institute of Supply Management sai às 12h, junto com os dados sobre gastos com construção.
3. Ações devem abrir em alta após Câmara aprovar o projeto de alívio da Covid
Os mercados de ações dos EUA devem abrir em alta em um cenário mais calmo do mercado de títulos, com foco no progresso do projeto de estímulo de US$ 1,9 trilhão do governo americano.
LEIA MAIS: Pacote Trilionário Abre Espaço para Início de Semana Positivo
Às 9h27, os futuros do Dow Jones, do S&P 500 e do Nasdaq 100 subiam 0,89%, 0,97% e 1,18%, respectivamente.
Com a temporada de lucros quase no fim, os números trimestrais do Zoom devem chamar atenção, dado o recente esfriamento no preço das ações com temores de que o boom do home office possa ter atingido o pico no momento em que a economia se prepara para reabrir.
4. FDA autoriza vacina da Johnson & Johnson
O processo de retomada da economia recebeu um novo impulso no fim de semana, quando a Food and Drug Administration deu autorização de uso emergencial para a vacina de injeção única da Johnson & Johnson contra a Covid-19.
O medicamento da J&J é a terceira vacina a receber a aprovação nos EUA e promete ampliar significativamente o fornecimento de medicamentos seguros e eficazes contra a doença. Os dados preliminares sugerem que também é amplamente eficaz para impedir a propagação do vírus por pessoas que não apresentam os sintomas da doença, uma séria fonte de transmissão.
Enquanto isso, relatórios sugeriram que a Alemanha deve reconsiderar sua decisão de não aprovar a vacina da AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34) para uso de maiores de 65 anos, o que desacelerou a distribuição de vacinas na maior economia da Europa.
5. Petróleo retoma recuperação com Irã rejeitando negociações com os EUA
Os futuros do petróleo retomaram a alta em um cenário de apetite mais amplo pelo risco. Também ajudam as notícias do fim de semana de que o Irã havia rejeitado uma oferta de negociações diretas com os EUA sobre um retorno ao acordo de não proliferação apoiado pela ONU de 2015.
Tanto os EUA como o Irã estão atualmente violando o acordo, com o Irã refinando urânio metálico que analistas dizem que pode ser adaptado para uso em bombas nucleares, e os EUA aplicando sanções que prejudicaram gravemente as exportações de petróleo iraniano e o resto de sua economia.
Às 09h31, o petróleo WTI, negociado em Nova York, subia 0,96% a US$ 62,08 o barril, enquanto o Brent, referência mundial de preço cotado em Londres, avançava também -,96% a US$ 65,04.