Por Geoffrey Smith e Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - O discurso do presidente Joe Biden eleva os rendimentos dos títulos da dívida americana, os gigantes da tecnologia da China caem após um alerta de Pequim e a vacina da AstraZeneca enfrenta mais problemas, enquanto, no Brasil, a vacinação tem altos e baixos com falta de doses, mas assinatura do contrato com a Pfizer.
Aqui está o que você precisa saber sobre os mercados financeiros na sexta-feira, 12 de março.
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1. Biden assina pacote de estímulo; Congresso brasileiro aprova PEC Emergencial
O horizonte fiscal fica momentaneamente menos nebuloso no Brasil com a aprovação do texto desidratado da PEC Emergencial no Congresso, que abre espaço para uma nova rodada do auxílio emergencial. Segundo a Folha de S. Paulo, o benefício deve ser discutido pelos parlamentares já na próxima semana.
Já o presidente dos EUA, Joe Biden, assinou o pacote de estímulo de US$ 1,9 trilhão, um dia antes do esperado, e sinalizou uma aceleração na campanha nacional de vacinação, visando um retorno à vida normal a tempo para o feriado de 4 de julho.
Em um discurso transmitido pela televisão, Biden pediu aos estados que tornassem todos os adultos dos EUA elegíveis para vacinas até 1º de maio.
Os comentários pareceram solidificar a fé na recuperação econômica dos EUA neste ano, elevando os rendimentos do dólar e dos títulos da dívida do país.
O rendimento do título de 10 anos voltou a ficar a 1,614%, o maior desde fevereiro do ano passado, mas às 9h21 arrefeceu para 1,595%. O índice do dólar, movendo-se em conjunto, como de costume, subiu 0,44%, para 91,86, com ganhos em relação a moedas de commodities e paraísos como o franco suíço.
Enquanto isso, por aqui, o Rio de Janeiro restringiu a próxima fase de vacinação para idosos acima de 76 anos, um ano a mais do que o inicialmente previsto para hoje por falta de doses no estado. Já o governo de São Paulo intensificou as medidas de restrição social, fechando escolas estaduais e templos religiosos.
2. Ações globais e euro caem
A reversão nos rendimentos do Tesouro prejudicou a recuperação das ações globais, empurrando os futuros dos EUA para o vermelho no início das negociações de sexta-feira. Os mercados chinês e japonês escaparam da venda, que começou apenas no final da sessão asiática, mas os mercados indiano e europeu estavam todos em baixa às 8h30.
O euro tem lutado nas últimas 24 horas por uma série de fatos: a coletiva de imprensa do Banco Central Europeu na quinta-feira sublinhou que o prêmio de rendimento sobre os ativos dos EUA deve aumentar no curto prazo, com o BCE intensificando suas compras de títulos. Acresce que grande parte da UE, com excepção de Espanha e Portugal, vive agora uma clara alta nos casos Covid-19, o que coloca em dúvida uma nova reabertura da economia.
Às 9h25, o euro caía 0,48% a US$ 1,1927.
3. Ações devem abrir em queda
As ações americanas devem abrir em queda, mas em curso para fechar a semana em alta.
Às 9h25, o contrato futuro do Nasdaq 100 caía 1,42%, após subir 2,5% na quinta-feira. Já os contratos S&P 500 futuros recuavam 0,42%, enquanto o Dow Jones futuros tinham leve alta de 0,05%.
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4. Problemas para AstraZeneca (NASDAQ: AZN); Novavax (NASDAQ:NVAX) revela resultados de teste
Mais países suspenderam a distribuição da vacina da AstraZeneca (NASDAQ:AZN) (SA:A1ZN34), em meio a temores de que ela possa estar relacionada a problemas de coagulação do sangue que levaram a pelo menos uma morte. Dinamarca e Áustria suspenderam o uso da droga na quinta-feira, seguidos por Noruega e Islândia. Eles agora foram seguidos pela Estônia, Letônia, Lituânia, Bulgária e Luxemburgo e pela Tailândia, o primeiro país asiático a fazê-lo.
Para piorar as coisas, a Reuters relatou na quinta-feira que os planos da AstraZeneca de reduzir o déficit nas entregas para a UE exportando dos EUA foram frustrados por autoridades em Washington.
Em contraste, as ações da Novavax Inc (NASDAQ:NVAX) subiram no pré-mercado depois que um teste de estágio final mostrou que era 96% eficaz contra a cepa original do vírus Covid-19 e 86% eficaz contra a cepa "britânica" recente.
5. Ações de tecnologia chinesas atingidas por alerta regulatório
Os gigantes da tecnologia chineses passaram por um sell off após as autoridades antitruste emitirem uma série de multas relacionadas às atividades anteriores de fusões e aquisições.
Os reguladores multaram a Tencent Holdings (OTC:TCEHY), a empresa Didi Chuxing, a gigante das buscas Baidu (NASDAQ:BIDU) (SA:BIDU34) e a Byte Dance, a empresa-mãe da TikTok.
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As multas, embora pequenas em seu tamanho absoluto, foram tomadas como um tiro de advertência contra as empresas cuja influência financeira é supostamente vista por alguns em Pequim como um contraponto à autoridade do Partido Comunista. Os ADRs da Tencent, Baidu e Alibaba (NYSE:BABA) (SA:BABA34), cujo fundador Jack Ma também teve recentes desentendimentos com reguladores nos últimos meses, caíam na negociação pré-mercado.