Por Olesya Astakhova e Vladimir Soldatkin
MOSCOU (Reuters) - O chefe da Gazprom Neft, a maior petrolífera russa, disse no sábado que não vê necessidade de cortes adicionais no fornecimento de petróleo pelos produtores de petróleo da OPEP+, dias antes da reunião do grupo sobre a política de produção.
A OPEP+ concordou com cortes voluntários na produção, totalizando cerca de 2,2 milhões de barris por dia (bpd) para o primeiro trimestre, liderados pela Arábia Saudita, que implementou uma redução voluntária de 1 milhão de bpd.
Os produtores da OPEP+ estão programados para realizar uma reunião de um painel ministerial importante em 1º de fevereiro e fontes do grupo disseram que provavelmente decidirão seus níveis de produção de petróleo para abril e além nas próximas semanas.
"Por um lado, a OPEP+ já decidiu sobre os cortes, que começam de fato agora, em janeiro. Por outro lado, estamos nos aproximando da primavera, um aumento sazonal na demanda de petróleo. Isso acontecerá em breve, em dois meses", disse o presidente-executivo da Gazprom Neft, Alexander Dyukov, aos repórteres.
"Na minha opinião, no momento não há necessidade (de ajustar o acordo da OPEP+)."
Ele disse mais cedo no sábado que havia um ligeiro excedente no mercado global de petróleo.
Dyukov também disse que a empresa planeja aumentar os volumes de refino de petróleo e a produção de hidrocarbonetos em 2024, sem fornecer números, enquanto os investimentos da Gazprom Neft são vistos inalterados este ano.
A Agência Internacional de Energia, sediada em Paris, que assessora os países consumidores de petróleo, afirmou que, com o conflito no Oriente Médio aumentando a preocupação com a oferta - exceto por interrupções significativas nos fluxos - o mercado parecia razoavelmente bem abastecido em 2024 e um excedente poderia surgir se a OPEP e seus aliados reduzissem os cortes de produção conforme programado no segundo trimestre.
Separadamente, o Ministro da Energia da Rússia, Nikolai Shulginov, disse no sábado que a produção de petróleo do país provavelmente permanecerá praticamente inalterada este ano, informou a agência de notícias RIA.