Gerdau mantém otimismo sobre encomendas de aço nos EUA

Publicado 29.04.2025, 13:46
Atualizado 29.04.2025, 15:30
© Reuters. Logo da Gerdaun03/05/2022nREUTERS/Dado Ruvic/Imagem ilustrativa

SÃO PAULO (Reuters) -A Gerdau (BVMF:GGBR4) segue otimista sobre o desempenho de suas operações na América do Norte, diante de uma carteira de encomendas elevadas, apesar de preocupações sobre incertezas geradas pela política comercial dos Estados Unidos, afirmaram executivos da siderúrgica brasileira nesta terça-feira.

Paralelamente, a companhia decidiu cancelar estudos para a implantação de uma usina de aços especiais no México, diante da criação da tarifa de 25% de importação de aço pelos Estados Unidos, afirmou o presidente-executivo da Gerdau, Gustavo Werneck.

Os planos de cerca de US$500 milhões para a usina, que teria capacidade para 600 mil toneladas por ano e seria dedicada a atender a indústria automotiva dos EUA, tinham sido colocados em reavalição pela companhia em fevereiro.

A empresa informou que não tem visto reduções nos pedidos de clientes nos EUA, onde o governo do presidente Donald Trump tem adotado uma política de "reshoring", buscando estimular o retorno de cadeias de produção de uma série de setores de volta ao país.

O vice-presidente de finanças da Gerdau, Rafael Japur, afirmou que a carteira de encomendas da companhia nos EUA segue acima de 70 dias, em um nível considerado "robusto" pelo executivo.

"Não temos percebido redução nos volumes de vendas", afirmou o executivo durante conferência com analistas sobre os resultados da companhia no primeiro trimestre, divulgados na noite de segunda-feira.

"Claro que alguns setores estão mais preocupados que outros (com as tarifas de importação), como a indústria automotiva, mas, de uma forma geral, entendemos que estamos com um nível de atividade robusto", acrescentou Japur.

Por sua vez, o presidente-executivo da Gerdau afirmou que "não tem nada hoje que eu olhe e me traga grandes preocupações sobre a saúde de nossa carteira lá (EUA)". A operação da Gerdau na América do Norte foi responsável por 49% do resultado operacional do grupo no primeiro trimestre.

Segundo a companhia, o portfólio de produtos da empresa nos EUA tem encontrado demanda resiliente nos setores voltados a obras de construção não-residencial e energia solar, que têm sido favorecidos pela preferência do mercado por produtos nacionais em detrimento dos importados.

No primeiro trimestre, a receita líquida da Gerdau da América do Norte cresceu quase 11% sobre um ano antes, para R$8,8 bilhões, apoiada em parte pela valorização do dólar frente o real, que compensou quedas de preços no mercado.

As ações da companhia, que começaram o dia no vermelho, exibiam alta de 0,4% às 13h49, enquanto o Ibovespa tinha valorização de 0,64%.

Questionado sobre a operação do novo laminador de bobinas a quente inaugurado em março em usina da companhia em Ouro Branco (MG), após investimento de R$1,5 bilhão, Japur afirmou que não acredita que poderá gerar impacto relevante nos preços do material no Brasil.

O novo equipamento deve atingir um custo operacional "normalizado" até o terceiro trimestre, disse o executivo, e o volume adicional não deverá ser suficiente para pressionar por si só os preços de bobinas a quente no mercado interno. O equipamento tem capacidade de anual de produção de 250 mil toneladas e deve colaborar para reduzir o custo total da produção de aços planos da Gerdau no Brasil, disse Japur.

Sobre vergalhão no Brasil, Werneck afirmou que a empresa vai procurar defender sua participação de mercado. "Não tem ’trade-off’... É muito lógico termos uma participação que seja digna de nosso tamanho", disse o executivo, cuja empresa é uma das maiores produtoras de aços longos das Américas.

(Por Alberto Alerigi Jr.Edição de Fabrício de Castro, Alexandre Caverni e Pedro Fonseca)

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