Por Aluisio Alves
SÃO PAULO (Reuters) - A gestora de frotas de caminhões BBM Logística deu partida nos planos para sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), buscando recursos no mercado para manter o ciclo de aquisições e ganhar musculatura num mercado altamente fragmentado no país.
A companhia sediada na cidade paranaense de São José dos Pinhais protocolou nesta segunda-feira na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) o prospecto preliminar da operação, que envolve ofertas primária e secundária de ações.
O movimento confirma o que a Reuters havia publicado em outubro, que a BBM era uma das empresas do fundo de private equity Stratus que pretendia fazer IPO neste ano.
A empresa se apresenta como uma das maiores operadoras de logística rodoviária no Mercosul, com mais de 2 mil veículos, incluindo unidades operacionais que atendem Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.
A companhia teve receita líquida de 609 milhões de reais em 2019, alta de 20% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido somou 13,75 milhões, aumento de 136,3% ante 2018.
A frota credenciada da BBM tem cerca de dois mil veículos --entre próprios e de terceiros -- e é interligada por meio uma plataforma tecnológica, interligada com clientes, num modelo que lembra o do aplicativo de transporte urbano Uber (NYSE:UBER).
"Atuamos num mercado de 180 bilhões de reais no qual não identificamos nenhum player atualmente com mais de 3% de market share, e a oportunidade de crescimento e consolidação é enorme", afirma a BBM no prospecto da oferta, que será coordenada por BTG Pactual (SA:BPAC11), Itaú BBA, ABC Brasil (SA:ABCB4) e Santander Brasil (SA:SANB11).
No documento, a BBM afirmou que pretende usar recursos da oferta primária --ações novas, cujos recursos vão para o caixa da companhia-- para crescimento orgânico, realizar possíveis aquisições, investir em tecnologia, em capital de giro e na amortização de dívidas.
A estratégia de ganhar escala incluindo aquisições vem em marcha há alguns anos. Em novembro esse processo ilustrado, com a compra, por até 100 milhões de reais, da transportadora gaúcha Translovato, que tem receita anual de cerca de 400 milhões de reais.
A concretização do IPO marcará a migração da BBM, do Bovespa Mais, segmento de acesso que lista empresas de médio porte, para o Novo Mercado da B3, pedido feito na semana passada.
A oferta secundária permitirá a saída parcial da Stratus, que detém 2/3 do negócio, assim como dos acionistas individuais Marcos Egídio Battistella (SA:BTTL4) e Juares Luiz Nicolotti.