Investing.com - Os investidores locais deverão dar uma pausa hoje em seu foco quase exclusivo à crise política interna para acompanhar o fim da reunião do FOMC do Federal Reserve e a coletiva da presidente do banco, Janet Yellen, em busca de indicações de quando deverão ocorrer novas altas de juros e a redução do balanço.
O Ibovespa Futuro opera em alta de 0,3% aos 62.950 pontos, dando sequência à valorização vista ontem no Ibovespa que subiu 0,2% para 61.828 pontos.
Às 15h, o Fed irá revelar a nova taxa-alvo de juros dos EUA, que deverá ser elevada para o intervalo 1%-1,25%, em um ajuste já antecipado e precificado pelo mercado. Segundo o Monitor da Taxa de Juros do Fed do Investing.com, 91,8% dos investidores acreditam nesse movimento.
A dúvida fica sobre os próximos passos do banco. Enquanto os diretores reafirmaram diversas vezes no primeiro semestre a visão de elevar novamente os juros ainda neste ano, o mercado ainda não está convencido. 58% dos investidores ainda acreditam as taxas não deverão superar o patamar previsto para hoje, enquanto 34% preveem uma alta e 8% mais de uma.
Além do comunicado do FOMC, a coletiva de Janet Yellen após a reunião deverá ser acompanhada com atenção. A presidente do Fed poderá dar sua visão sobre uma nova alta de juros e a redução do balanço do banco de US$ 4,5 trilhões.
Internamente, o depoimento de Eduardo Cunha à Polícia Federal em inquérito contra Michel Temer poderá atrair alguma atenção se o ex-deputado resolver constranger o presidente. Ontem, o Radar Online trouxe de que a família de Cunha teria avisado a políticos de que ele estava no limite de sua resistência na prisão.
O governo segue se movimentando para angariar apoio para barrar na Câmara a provável denúncia de Temer ao STF pela Procuradoria-Geral da República, que deverá ocorrer na próxima semana. Os parlamentares fiéis ao presidente buscam um relator para o caso, com o objetivo de impedir a investigação.
O presidente faz ainda um aceno junto aos estados acenando a renegociação de dívidas da ordem de R$ 50 bilhões com o BNDES, para garantir apoio à manutenção de Temer no cargo e às reformas, segundo a Reuters.
Commodities
O petróleo opera com perdas de 0,5% e vai aos US$ 46,20/barril nos EUA e US$48,55 no Brent, em Londres, com relatório da Agência Internacional de Energia vendo uma oferta maior nos EUA e uma produção mais forte da Opep, confirmando dados já publicados pelo cartel na segunda-feira. Hoje, às 11h30 serão divulgados os estoques de petróleo nos EUA.
O minério de ferro avançou 1,1% nos contratos de setembro negociados na bolsa de Dalian para 432 iuanes a tonelada, enquanto a cotação para entrega spot em Qingdao ganhou 2% e terminou a US$ 54,53 a tonelada.
Mundo corporativo
A Cemig (SA:CMIG4) deverá pedir a bancos a liberação de venda de ações da Light (SA:LIGT3), segundo o Broadcast.
A BRF (SA:BRFS3) é considerada Top Pick e defensiva em um mercado mais volátil pelo Bradesco BBI. A Europa pressiona o governo brasileiro em carta ao ministro da Agricultura, Blairo Maggi, a melhorar o controle de qualidade na pecuária e ameaça suspender as importações de carne bovina, suína e de aves, segundo a Folha de S.Paulo. A União Europeia é o segundo maior destino das exportações do setor.
Fibria (SA:FIBR3) foi elevada para overweight, de neutra, e a Klabin (SA:KLBN11) foi rebaixada para neutra, de overweight, pelo JP Morgan.
A Petrobras (SA:PETR4) criou ontem uma diretoria adjunta de governança e conformidade.