Em semana mais curta pelo feriado da quarta-feira, 12, o Ibovespa teve apenas desempenhos negativos, devolvendo assim parte do ganho de 5,76% que havia acumulado no intervalo anterior. Na semana atual, cedeu 3,70% ao encerrar a sessão desta sexta-feira em baixa de 1,95%, aos 112.072,34 pontos, pouco a pouco retrocedendo ao nível de 110 mil pontos que antecedeu a eleição do último dia 2 - na segunda-feira, 3, o Ibovespa ganhou mais de 6 mil pontos com a celebração, pelo mercado, do resultado das urnas, que mostrou menos fôlego do que se esperava à centro-esquerda.
Na mínima desta sexta, o Ibovespa foi aos 111.631,40 pontos, saindo de abertura a 114.300,68 - pouco distante da máxima da sessão, de 114.712,03 pontos. Assim, com pouco mais de 3 mil pontos entre o piso e o pico do dia, prevaleceu nesta sexta o sinal negativo como no resto da semana, nesta sexta-feira em consonância com o humor de Nova York, onde as perdas no índice de tecnologia (Nasdaq), mais sensível ao momento da política monetária, chegaram a 3,08% no encerramento da sessão, quase correspondendo à retração acumulada na semana (-3,11%).
No mês, a referência da B3 (BVMF:B3SA3) ainda avança 1,85%, com ganho no ano limitado agora a 6,92%. No dia seguinte ao vencimento de opções sobre o Ibovespa, que havia reforçado na quinta-feira o giro financeiro, o volume nesta sexta foi moderado a R$ 25,2 bilhões.
Após sequência de cinco ganhos diários veio agora cinco perdas até esta sexta-feira. Dessa forma, um avanço de quase 10 mil pontos, entre os dias 30 de setembro e 6 de outubro, deu lugar a uma retração de cerca de 5,5 mil pontos na sequência negativa iniciada no último dia 7.
Na B3, as ações de grandes bancos, à exceção de BB (BVMF:BBAS3) (ON -0,56% no fechamento), conseguiam até o fim da tarde evitar perdas na sessão desta sexta-feira, mas acabaram se alinhando também à pressão vendedora, acentuada em direção ao fim do dia em outros carros-chefes, como Petrobras (BVMF:PETR4) (ON -1,95%, PN -1,53%), com o petróleo em queda de mais de 3% na sessão, e especialmente Vale (BVMF:VALE3) (ON -3,26%), em dia também muito negativo para o setor de siderurgia, com destaque para CSN (BVMF:CSNA3) (ON -5,92%). No fim, Itaú PN (BVMF:ITUB4) oscilou de volta ao positivo (+0,03%) na sessão.
"O Ibovespa sentiu a pressão vendedora. Além do mau humor internacional, não tivemos um dia positivo para as commodities. O minério de ferro teve alta pouco expressiva, mas finalizou com a maior sequência de perdas semanais em quase um ano, ainda sentindo a pressão (baixista) de demanda: pelos lockdowns, pelos cortes de produção de aço e pelos temores persistentes a respeito da crise imobiliária na China. Mais do que suficiente para que as ações de minério e siderurgia sofressem no dia de hoje", observa Gabriel Félix, especialista em renda variável da Blue3.
Na ponta perdedora do Ibovespa na sessão, Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) (-11,18%), Americanas (-8,45%), Yduqs (BVMF:YDUQ3) (-7,92%), Via (BVMF:VIIA3)(-7,12%), Minerva (BVMF:BEEF3) (-6,37%) e Dexco (-6,00%), logo à frente de CSN. No lado contrário, Energisa (BVMF:ENGI4) (+1,39%), Eneva (BVMF:ENEV3) (+0,75%) e Cyrela (BVMF:CYRE3) (+0,27%) - apenas sete papéis da carteira Ibovespa fecharam o dia no positivo.
Na agenda doméstica, a surpresa positiva do dia foi a leitura divulgada pelo IBGE sobre a atividade do setor de serviços em agosto, em alta de 0,7%, aponta Patricia Krause, economista-chefe para América Latina da Coface. Um resultado que, após performances mais fracas da produção industrial e das vendas do varejo, tende a dar algum suporte ao desempenho do IBC-Br do mesmo mês, índice visto como antecedente do PIB e que será divulgado pelo BC na segunda-feira, acrescenta a economista.