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Ibovespa fecha em alta de 2,35%, aos 119,9 mil pontos, e ganha 7,01% na semana

Publicado 22.10.2022, 05:00
Ibovespa fecha em alta de 2,35%, aos 119,9 mil pontos, e ganha 7,01% na semana
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Com forte desempenho das estatais Petrobras (BVMF:PETR4) e Banco do Brasil (BVMF:BBAS3) ao longo da semana, nas asas da redução do 'gap' entre os candidatos Lula e Bolsonaro nas pesquisas de intenção de voto, e também com humor externo em geral mais favorável, que contribui para atração de fluxo estrangeiro para um emergente que tem mostrado bons fundamentos e descontos, o Ibovespa fechou a sexta-feira em alta de 2,35%, aos 119.928,79 pontos, em recuperação de quase 8 mil pontos frente ao nível em que havia encerrado a sexta-feira passada, então aos 112 mil. O giro financeiro nesta sexta, em sessão com vencimento de opções sobre ações, foi reforçado a R$ 40,9 bilhões.

Na semana, o Ibovespa avançou 7,01%, após acumular perda de 3,70% no intervalo anterior. Foi o melhor desempenho semanal da referência da B3 (BVMF:B3SA3) desde o começo de novembro de 2020, quando havia subido 7,42% na primeira semana daquele mês.

Na máxima desta sexta, foi aos 120.751,55 pontos, em alta de 3,06%, atingindo o maior nível intradia desde 5 de abril (121.628,22), o qual corresponde à máxima do ano. Nesta sexta-feira, a mínima do dia (116.735,71) não ficou muito distante do nível da abertura (117.170,19 pontos). No mês, o Ibovespa sobe 8,99% e, no ano, 14,41%.

No exterior, sinais do Federal Reserve de que o ritmo de elevação da taxa de juros de referência norte-americana pode desacelerar para meio ponto porcentual na última reunião do ano, em dezembro, deu fôlego aos ativos de risco neste fechamento de semana, alavancando os três principais índices acionários de Nova York nesta sexta-feira (Dow Jones +2,47%, S&P 500 +2,37%, Nasdaq +2,31%).

O ganho de dinamismo lá fora deu estímulo adicional ao Ibovespa, que fechou a semana de forma invicta, com cinco ganhos diários seguidos. Foi o maior nível de fechamento para o índice desde 4 de abril, então aos 121.279,51 pontos.

O apetite por compras na B3 apareceu ainda na segunda-feira (+1,38%) mas se acentuou em direção ao fechamento da sessão seguinte, terça (+1,87%), quando o mercado começou a precificar sinais de encurtamento da distância entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na disputa presidencial.

O movimento deu fôlego a papéis de estatais, como Petrobras (nesta sexta, ON +3,41%, PN +3,43%) e Banco do Brasil (ON +2,48% nesta sexta-feira), mas a semana foi bem positiva também para outros carros-chefes da B3, como Vale (ON +6,16% no período) e Itaú (BVMF:ITUB4) (PN +8,41 no intervalo), entre outras. Na semana, Petrobras ON (BVMF:PETR3) e PN subiram, respectivamente, 11,87% e 12,87%, e Banco do Brasil ON, 14,10%. Nesta sexta, Vale ON (BVMF:VALE3) subiu 2,93% e Itaú PN, 3,33%.

Com uma eleição que parece a caminho de ser decidida dentro da margem de erro, observam analistas, o sinal externo é fundamental para orientar os negócios.

"Para novembro, já está bem precificada a alta de 75 pontos-base para a taxa de juros do Fed , mas agora se vê que pode haver um 'slowdown' (desaceleração) na alta, para meio ponto porcentual, em dezembro. Os juros do Fed podem ir a 5% em fim de ciclo, o que já traz uma desaceleração para a economia, certamente, mas sem um 'hard landing' duro, que resultaria em uma recessão por semestres. O viés do Fed parece ser o de ainda aumentar um pouco, mas parar para ver o efeito sobre a economia, antes de prosseguir com outros aumentos de juros ou decidir se fecha o ciclo. Quem sabe, entre o fim deste ano e o começo de 2023 possamos ver essa pausa", diz César Mikail, gestor de renda variável da Western Asset. "O interesse do gringos por Brasil prossegue. Entre os emergentes, Brasil e México são mercados líquidos, e aqui oferecemos bons fundamentos e descontos", acrescenta. "A situação de caixa que se tem hoje ainda é semelhante a que se tinha ali, logo depois da crise de 2008. Então, quando se vê oportunidade, as compras ocorrem", conclui.

Na frente eleitoral, o gestor observa que, considerando o resultado agregado das pesquisas mais recentes, há um encurtamento da distância entre Lula e Bolsonaro, tendendo em alguns casos para o empate técnico. "Sem entrar no mérito de nome A ou B, esse gap está fechando. O momento costuma favorecer quem está mostrando um 'trend' (tendência) de alta na chegada. De qualquer forma, impossível prever o resultado. E o que o mercado faz, ao ver o fechamento do gap, é comprar aos poucos ali onde estava 'under' (abaixo), em papéis que tendem a subir (caso ocorra vitória de Bolsonaro), como Petrobras e Banco do Brasil", acrescenta Mikail.

Na ponta do Ibovespa nesta última sessão da semana, destaque para CSN (BVMF:CSNA3) (+6,05%), Soma (BVMF:SOMA3)(+5,48%), Gol (BVMF:GOLL4) (+4,56%) e B3 (+4,36%). No lado oposto, MRV (BVMF:MRVE3) (-7,18%), Cielo (BVMF:CIEL3) (-1,69%) e TIM (BVMF:TIMS3) (-0,95%) - apenas seis papéis da carteira Ibov fecharam o dia no negativo.

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