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Ibovespa fecha em baixa com blue chips em dia de Fed e Copom

Publicado 01.02.2023, 18:05
Atualizado 01.02.2023, 21:40
© Reuters.
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda de mais de 1% nesta quarta-feira, com as blue chips entre as maiores pressões de baixa, notadamente Vale, enquanto nos Estado Unidos o banco central reduziu o ritmo do aperto monetário, mas prometeu "aumentos contínuos" na taxa de juros.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 1,2%, a 112.073,55 pontos. No pior momento, chegou a 110.729,47 pontos. Na máxima, a 113.597,64 pontos. O volume financeiro somou 29,12 bilhões de reais.

A queda nesta sessão ocorreu após o Ibovespa encerrar o primeiro mês do ano com ganho de 3,6%, em desempenho apoiado principalmente pelo fluxo de capital externo.

Na visão de Gustavo Neves, especialista em renda variável da Blue3, algumas ações da bolsa paulista vinham de ganhos expressivos nas últimas semanas e estão devolvendo um pouco.

Ele citou que a decisão do Federal Reserve, de elevar sua meta de taxa de juros em 0,25 ponto percentual nesta quarta-feira ficou dentro das expectativas, mas chamou a atenção para a sinalização do BC norte-americano de que, apesar do alívio recente, a inflação permanece alta.

No comunicado que acompanhou a decisão, o Fed afirmou que "a inflação diminuiu um pouco, mas continua elevada", assim como disse que a economia dos EUA está desfrutando de "crescimento modesto" e ganhos "robustos" de empregos e que as autoridades do banco permanecem "altamente atentas aos riscos de inflação".

"O Comitê (de política monetária) antecipa que os aumentos contínuos na meta serão apropriados para atingir uma postura de política monetária que seja suficientemente restritiva para retornar a inflação para 2% ao longo do tempo", acrescentou o Fed, que elevou a taxa para uma faixa entre 4,50% e 4,75%.

Em Wall Street, o S&P 500 encerrou em alta de 1,05%.

Investidores da bolsa paulista aguardam ainda o desfecho da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC brasileiro nesta quarta-feira. Uma vez que a expectativa é de que a Selic permaneça em 13,75% ao ano, o foco estará no comunicado que acompanha a decisão, principalmente sobre o cenário fiscal.

O mercado, segundo Leandro De Checchi, analista de Investimentos da corretora Clear, deve monitorar as sinalizações da autoridade monetária relacionadas ao equilíbrio fiscal e avaliação do balanço de riscos que tende a balizar a ancoragem das expectativas de inflação.

"O cenário atual favorece um tom mais duro do Copom, e deve dificultar, ao menos no curto prazo, algum alívio no aperto monetário", avaliou.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 1,11%, a 93,46 reais, após dados mostrando queda na produção de minério de ferro no quarto trimestre, com o resultado do ano ficando abaixo da meta recentemente revista pela companhia. Analistas destacaram positivamente os números de vendas na comparação trimestral, uma vez que ano a ano também houve queda, assim como no desempenho de 2023. Na China, o contrato futuro de minério de ferro mais negociado na bolsa de Dalian, para maio, encerrou os negócios em queda de 0,7%, a 867 iuans (128,51 dólares) a tonelada.

- SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) fechou com declínio de 5,53%, a 27,35 reais, pior desempenho do setor no Ibovespa, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre na quinta-feira, em meio a perspectivas de números pouco animadores e cautela com as projeções do banco para 2023. Um dos focos de atenção estará nos dados referentes à exposição da instituição à Americanas, bem como potenciais provisões relacionadas ao caso. A expectativa é de que as provisões de grandes bancos listados por causa dos problemas da Americanas possam superar 4,5 bilhões de reais já nos resultados do último trimestre do ano passado.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) caiu 1,32%, a 24,98 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) cedeu 1,93%, a 13,75 reais, enquanto BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) perdeu 1,2%, a 40,21 reais. O BTG Pactual (BVMF:BPAC11) substituiu as ações do Itaú pelos papéis do BB, entre outras mudanças, em sua carteira recomendada 10SIM para fevereiro, citando que estão mais baratos, assim como esperam que o BB apresente os melhores resultados do último trimestre de 2022 entre os grandes bancos brasileiro.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 1,38%, a 25,71 reais, sucumbindo à queda dos preços do petróleo no exterior, onde o contrato de Brent fechou em baixa de 3%, a 82,84 dólares o barril. A companhia disse que recebeu na terça-feira da Shell (NYSE:SHEL) o montante de 347 milhões de reais referente ao complemento da compensação firme (earnout) do exercício de 2022 do bloco de Atapu.

- MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) perdeu 3,16%, a 4,29 reais, em meio a movimentos de realização de lucros, após disparar 61,7% em janeiro, impulsionada pelos problemas envolvendo a rival Americanas, que pediu recuperação judicial em meio a dívidas de mais de 40 bilhões de reais.

- AMERICANAS ON, que não está mais no Ibovespa, saltou 19,43%, a 2,09 reais, acumulando uma alta de 226,56% desde a mínima histórica intradia de 0,64 real apurada no último dia 20, em meio ao "escândalo contábil", como classificaram analistas da XP (BVMF:XPBR31) e do Credit Suisse (SIX:CSGN), envolvendo a companhia. Ainda assim, segue distante dos 12 reais que valiam antes do anúncio das "inconsistências contábeis". A Americanas avalia pedir à Justiça do Rio de Janeiro financiamento "extraconcursal na modalidade debtor-in-possession" de pelo menos 1 bilhão de reais, que pode vir a ser subscrito pelos acionistas de referência da empresa. Em paralelo, o Morgan Stanley (NYSE:MS) informou à empresa aumento de participação na companhia para 5,2%.

- AMBEV ON (BVMF:ABEV3) cedeu 3,51%, a 13,18 reais, conforme persistem preocupações relacionadas aos problemas envolvendo a Americanas, uma vez que os acionistas de referência da varejista também estão no bloco de controle da cervejaria.

© Reuters. Sede da B3
19/10/2021
 REUTERS/Amanda Perobelli

- RAÍZEN PN caiu 4,26%, a 3,15 reais, tendo como pano de fundo "block trade" para a venda de cerca de 330 milhões de ações (24,32% dos papéis em circulação no mercado), a 3,15 reais cada. Em relatório no começo da semana, a XP afirmou que o leilão servirá para a Hédera, do Grupo Louis Dreyfus, ex-controlador da Biosev (BVMF:BSEV3), vender sua participação integral na joint venture entre a Shell e Cosan (BVMF:CSAN3). A fatia da Hédera resulta da aquisição da Biosev pela Raízen. Também no radar estão notícias de que a BP poderá comprar fatia de sua sócia Bunge (NYSE:BG) na joint venture brasileira de açúcar e etanol BP Bunge Bioenergia. A Raízen ficou como única licitante no processo. E, segundo disse uma fonte à Reuters, a BP tem o direito de preferência e pode comprar a Bunge se considerar a oferta da Raízen muito baixa.

- BRF ON (BVMF:BRFS3) avançou 7,66%, a 8,57 reais, com o presidente-executivo da empresa de alimentos, Miguel Gularte, afirmando que a companhia está vendo menores custos para exportar carnes bem como que há a expectativa de abertura de mais fábricas da BRF para exportação nos próximos 40 dias, ou até antes desse prazo.

- SÃO MARTINHO ON valorizou-se 4,72%, a 26,19 reais, ampliando a recuperação desde as mínimas de janeiro, quando chegou a 21,38 reais na esteira de preocupações com potenciais sinais e reflexos da prorrogação da desoneração sobre os combustíveis pelo novo governo. Apesar da melhora principalmente na segunda metade do mês passado, a ação ainda acumulou queda de 5,69% em janeiro. O BTG também incluiu o papel entre as suas recomendação para fevereiro, substituindo Eletrobras (BVMF:ELET3).

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