Ibovespa fecha em queda com aversão a risco global; IRB(Re) dispara

Publicado 23.10.2024, 17:07
Atualizado 23.10.2024, 18:10
© Reuters. Painel da B3 em São Paulon5/8/2024 REUTERS/Carla Carniel/Arquivo

Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira, renovando mínimas desde agosto pressionado pelo movimento de aversão a risco global, enquanto IRB (BVMF:IRBR3)(Re) saltou 12% após resultado mensal mostrar lucro líquido de 29 milhões de reais em agosto.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,55%, a 129.233,11 pontos, tendo marcado 128.589,13 pontos no pior momento e 129.949,2 pontos na máxima do dia.

O volume financeiro somou 17,6 bilhões de reais, mais uma vez abaixo da média diária do ano.

De acordo com o analista-chefe da Levante Inside Corp, Eduardo Rahal, no exterior, o sentimento de aversão a risco reflete, em parte, incerteza sobre a continuidade e o ritmo de cortes de juros nos Estados Unidos.

Além disso, o desfecho da corrida eleitoral nos EUA, que está em sua reta final, segue em aberto, acrescentou, referindo-se à disputa entre o ex-presidente republicano Donald Trump e a vice-presidente democrata, Kamala Harris, pela Casa Branca.

Em Wall Street, o S&P 500, uma das referências do mercado acionário norte-americano, fechou em baixa de 0,92%, minado pela alta nos rendimentos dos títulos do Tesouro dos EUA e com balanços também ocupando as atenções.

Na visão do gestor de renda variável da Western Asset Naio Ino, embora as pesquisas ainda mostrem uma disputa apertada na eleição presidencial nos EUA, começa a se observar uma preocupação maior de uma eventual vitória de Trump.

Uma das preocupações no mercado relacionadas ao ex-presidente norte-americano é de políticas com potencial inflacionário, uma vez que ele defende cortes de impostos e tarifas de importação.

A queda de commodities como o minério de ferro e o petróleo, afetadas também pelo ceticismo com a recuperação da economia da China, reforçaram a pressão negativa sobre o Ibovespa, uma vez que tendem a afetar as blue chips Vale e Petrobras.

No Brasil, em paralelo, permanece o desconforto com a dinâmica das contas públicas.

"Investidores continuam atentos aos riscos fiscais, aguardando novos anúncios do governo sobre cortes de gastos e medidas para recuperar a credibilidade fiscal", acrescentou Rahal, da Levante.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira que um fortalecimento do arcabouço fiscal é o melhor "remédio" para o país, afirmando que discutirá medidas sobre o tema com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Após a adoção de uma série de medidas arrecadatórias, a equipe econômica vinha sendo pressionada a adotar iniciativas pelo lado das despesas e prometeu que, após o segundo turno das eleições municipais, apresentará projetos de controle de gastos.

"Está difícil para o governo hoje ganhar o benefício da dúvida", emendou Ino, da Western Asset, afirmando que o governo precisa começar a entregar algo que traga mais equilíbrio de longo prazo para as contas públicas.

"Movimentos concretos nessa direção ajudariam a desarmar um pouco essa preocupação em relação ao fiscal."

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) caiu 1,75%, acompanhando o movimento dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian fechou em queda de 1,91%. O governo brasileiro confirmou que a Vale, a BHP e a Samarco assinarão na sexta-feira um acordo multibilionário relacionado ao rompimento de barragem em Mariana (MG).

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuou 1,25%, contaminada pela fraqueza do petróleo no mercado externo, onde o barril de Brent, usado como referência pela estatal, encerrou com declínio de 1,42%. No setor, BRAVA ENERGIA ON caiu 1,33%, PETRORECÔNCAVO ON cedeu 0,65% e PRIO ON (BVMF:PRIO3) perdeu 0,99%.

- HYPERA ON fechou em baixa de 2,81%, em dia de correção, após acumular alta de 9,5% nos dois pregões anteriores, na esteira da proposta de combinação de negócios feita pela EMS, do grupo NC, que envolve uma oferta por até 20% das ações da companhia ao preço de 30 reais o papel.

- AZUL ON cedeu 2,66%, abandonando os ganhos do começo dos negócios, conforme agentes financeiros seguem acompanhando a movimentação da companhia para levantar capital. Fontes familiarizadas com as discussões afirmaram à Reuters que a Azul (BVMF:AZUL4) está negociando com múltiplas partes para obter cerca de 400 milhões de dólares em capital via emissão de dívida.

- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) subiu 0,63% em dia misto no setor, com BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) avançando 0,11% e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11) ganhando 1,24%, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) perdeu 0,4%.

- IRB(RE) ON disparou 12,29%, após o resultado de agosto, com o ressegurador mostrando lucro líquido de 29 milhões de reais em agosto, após ganho líquido de 33,6 milhões em julho. Analistas do Citi afirmaram que os resultados financeiros permaneceram sólidos e que a taxa de execução implica um lucro líquido trimestral de cerca de 95 milhões de reais.

- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) subiu 5,24%, após o varejista divulgar acordo com um fundo de investimento imobiliário gerido pela Guardian Gestora para vender 15 imóveis próprios onde estão localizadas lojas Atacadão por 725 milhões de reais. A companhia também reportou vendas brutas de quase 30 bilhões de reais no terceiro trimestre, crescimento de 4,8%.

- VAMOS ON valorizou-se 0,8%, após aprovação de reorganização da companhia pelos conselhos da empresa, da controladora Simpar (BVMF:SIMH3), da subsidiária Vamos Concessionárias e da Automob. A operação torna a Vamos Locação (BVMF:VAMO3) exclusiva para o segmento de locação de caminhões, máquinas e equipamentos e une a Vamos Concessionárias com a Automob.

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