Ibovespa fecha quase estável em dia de IPCA-15 acima do esperado

Publicado 24.01.2025, 18:05
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Por Paula Arend Laier

SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa fechou quase estável nesta sexta-feira, com o avanço de mais de 1% da Vale oferecendo um suporte relevante, mas Petrobras pesando negativamente, enquanto a agenda macro destacou dados piores sobre a inflação no país.

Investidores continuaram monitorando os movimentos de Donald Trump no começo de seu segundo mandato como presidente dos Estados Unidos, principalmente relacionados a tarifas comerciais. Apesar de o republicano ter amenizado o tom, a expectativa é de que o tema ainda adicione volatilidade.

Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou com variação negativa de 0,03%, a 122.446,94 pontos, tendo marcado 122.195,69 pontos na mínima e 122.908,08 pontos na máxima do dia. Na semana, acumulou acréscimo de 0,08%.

O volume financeiro nesta sexta-feira somou 14,6 bilhões de reais.

De acordo com análise gráfica de Gilberto Coelho, da XP (BVMF:XPBR31), o Ibovespa permanece com tendência de baixa nesses patamares. "O sinal de alta seria retomando apenas com um fechamento acima dos 124 mil pontos", calcula, conforme relatório enviado a clientes nesta sexta-feira.

O último pregão da semana teve a divulgação do IPCA-15, que aumentou 0,11% em janeiro, influenciado pelos preços de alimentos e bebidas, contra expectativa de recuo de 0,03%, no momento em que o governo demonstra preocupação com o tema. Em 12 meses, subiu 4,50%, de 4,71% no mês anterior.

Economistas do Bradesco destacaram que o resultado qualitativo foi negativo, com serviços subjacentes mais pressionados que o previsto.

"Nossa expectativa é que o repasse da depreciação cambial e a atividade aquecida mantenham a inflação elevada no primeiro trimestre, com o arrefecimento esperado a partir da segunda metade do ano conforme a economia desacelera", afirmaram em relatório a clientes.

DESTAQUES

- VALE ON (BVMF:VALE3) subiu 1,36%, apoiada nos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado em Dalian avançou 0,69%. Os destaques no setor de mineração e siderurgia, porém, foram CSN ON (BVMF:CSNA3) e USIMINAS PNA (BVMF:USIM5), com elevações de 5,09% e 1,55%, respectivamente.

- BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) encerrou com decréscimo de 0,79%, em sessão mista no setor, com SANTANDER BRASIL ON subindo 1,06%, mas BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) recuando 0,37% e ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) perdendo 0,25%.

- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) cedeu 0,52%, no terceiro pregão seguido no vermelho, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior nesta sessão. O barril de Brent, usado como referência pela estatal, fechou com acréscimo de 0,27%.

- COGNA ON (BVMF:COGN3) fechou negociada em alta de 3,79%, enquanto a rival YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) cedeu 0,54%. Ainda no setor de educação, mas fora do Ibovespa, ANIMA ON (BVMF:ANIM3) disparou 10,12% e SER EDUCACIONAL ON (BVMF:SEER3) valorizou-se 5,72%.

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- PETZ ON (BVMF:PETZ3) avançou 1,95%, enquanto o índice do setor de consumo terminou com decréscimo de 0,13%. No setor de varejo, MAGAZINE LUIZA ON (BVMF:MGLU3) subiu 1,27% e LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) mostrou acréscimo de 1,31%.

- SLC AGRÍCOLA ON recuou 1,6%, tendo como pano de fundo a notícia de que Argentina reduzirá temporariamente impostos sobre suas exportações de grãos. Para o BTG Pactual (BVMF:BPAC11), no curto prazo, a decisão pode exercer alguma pressão em preços, mas o impacto geral deve ser limitado.

- IRB (BVMF:IRBR3)(RE) ON caiu 2,3%, no segundo pregão seguido de baixa mesmo após reportar na quarta-feira, após o fechamento, um lucro líquido de 64,5 milhões de reais em novembro, que analistas avaliaram positivamente. Até o dia 22, os papéis acumulavam apenas em janeiro valorização de 23,4%.

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