Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa tinha uma alta discreta nesta sexta-feira, após duas quedas seguidas, com as ações de Embraer e Lojas Renner entre os maiores ganhos no primeiro pregão de março, enquanto os papéis da MRV&Co lideravam as perdas após resultado trimestral.
Às 10:41, o Ibovespa subia 0,3%, a 129.402,43 pontos. O volume financeiro somava 2,17 bilhões de reais.
A pauta macro local destacava dados do PIB, mostrando que a economia brasileira ficou estagnada nos últimos três meses de 2023, mas cresceu 2,9% no ano, em desempenho puxado pelo agronegócio. Economistas previam alta de 0,1% no trimestre.
Para o economista Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, os dados reforçam as expectativas de o Banco Central cortar a taxa Selic em 0,5 ponto percentual nas próximas duas reuniões, bem como a tese de o juro no país encerrar o ano em um dígito.
No exterior, os futuros acionários norte-americanos tinham variações modestas, enquanto o rendimento do título de 10 anos do Tesouro dos Estados Unidos marcava 4,268%, de 4,252% na véspera.
Estrategistas do BTG Pactual (BVMF:BPAC11) afirmaram estar "bullish" (otimistas) com as ações brasileiras, destacando a alta do mês passado, mesmo com a saída líquida de capital externo, seguindo o ajuste para cima nos yields dos Treasuries.
"Em nossa opinião, a combinação da queda das taxas de juros nos EUA e no Brasil e valuations relativamente baratas podem preparar o terreno para que as ações brasileiras tenham um desempenho superior em 2024", escreveram em nota a clientes.
DESTAQUES
- EMBRAER ON (BVMF:EMBR3) subia 4,09%, a 25,43 reais, em meio a expectativas relacionadas a pedidos de aeronaves. Nas recomendação para março, o BTG Pactual também incluiu as ações da fabricante de aviões, em substituição aos papéis da Vale.
- LOJAS RENNER ON (BVMF:LREN3) avançava 3,86%, a 16,41 reais, ajudada por relatório do BTG Pactual com as recomendações para março, no qual os estrategistas trocaram os papéis da Vivara (BVMF:VIVA3) pelas ações da varejista de moda.
- MRV&CO ON caía 3,81%, a 7,33 reais, após balanço do quarto trimestre, com prejuízo líquido de 10 milhões de reais para a MRV (BVMF:MRVE3) Incorporação, impactado por efeitos de equity swap, marcações a mercado e outros itens não recorrentes. Excluindo esses efeitos, teve lucro de 103 milhões de reais.
- VALE ON (BVMF:VALE3) recuava 0,73%, a 66,50 reais, seguindo a queda dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na Dalian Commodity Exchange encerrou as negociações do dia com recuo de 1,75%, a 871,5 iuanes (121,09 dólares) a tonelada, registrando queda de 3,6% na semana.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançava 0,75%, a 40,44 reais, após ajuste negativo nos últimos pregões, em meio a receios relacionados aos dividendos da estatal. A melhora nas cotações tinha respaldo na alta do petróleo no exterior, onde o barril de Brent tinha acréscimo de 1,78%, a 83,37 dólares.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) ganhava 0,28%, a 34,02 reais, enquanto BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) subia 0,44%, a 13,81 reais.
- COPEL PNB (BVMF:CPLE6) perdia 0,65%, a 9,12 reais, em meio à análise do resultado do último trimestre do ano passado, com lucro líquido consolidado de 943 milhões de reais, alta de 51% em relação ao mesmo período do ano anterior, ajudado em parte pela reversão de impairment na UEG Araucária.