Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa perdia o fôlego e recuava nesta quarta-feira, após encostar no recorde intradia mais cedo, com agentes financeiros repercutindo detalhes da proposta de reforma da Previdência encaminhada ao Congresso Nacional mais cedo, bem como uma bateria de resultados corporativos.
O Ibovespa caiu 0,41 por cento, a 97.262 pontos.No melhor momento, alcançou 98.543,68 pontos, perto do recorde de 98.588,63 pontos. O volume financeiro somava 4,37 bilhões de reais.
O foco estava voltado para a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da reforma da Previdência, que prevê endurecimento na concessão de benefícios assistenciais e aumento na alíquota de contribuição previdenciária por diferentes faixas salariais, de olho numa economia de 1,072 trilhão de reais em dez anos.
De acordo com profissionais da área de renda variável, investidores ainda estavam tentando entender a proposta e realizando um pouco de ganhos após o Ibovespa se aproximar do recorde, enquanto ainda estudam o cenário de tramitação da proposta no Congresso Nacional.
No exterior, os pregões norte-americanos não mostravam ainda uma tendência clara, em meio a balanços de empresas e tendo as negociações comerciais entre os Estados Unidos e a China ainda sob os holofotes. O S&P 500 tinha variação positiva 0,02 por cento.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) caía 0,8 por cento, em meio à fraqueza dos preços do petróleo no exterior, mas com anúncio de que começou nesta quarta-feira a produção de petróleo e gás natural da P-76, terceira plataforma a entrar em produção no campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos.
- VALE (SA:VALE3) mostrava decréscimo de 0,6 por cento, tendo no radar anúncio da mineradora de realocação de cerca de 75 pessoas situadas no entorno de cinco barragens a montante em Minas Gerais que passam por processo de descomissionamento. Também disse que busca outras auditoras após Tüv Süd suspender emissão de laudos de barragens.
- ITAÚ UNIBANCO PN tinha oscilação positiva de 0,03 por cento, com bancos abandonando o fôlego do começo da sessão, com BRADESCO PN (SA:BBDC4) e SANTANDER BRASIL UNIT (SA:SANB11) em queda de 0,3 por cento cada e BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) desvalorizando-se 0,9 por cento.
- TELEFÔNICA BRASIL PN e TIM (SA:TIMP3) subiam 0,6 e 0,8 por cento, respectivamente, tendo no radar balanços trimestrais de ambas as operadoras de telecomunicações, com a primeira também enxergando potencial para elevar receitas e melhora de margens em 2019.
- COSAN (SA:CSAN3) valorizava-se 1,9 por cento, tendo de pano de fundo comentários na véspera do diretor da ANP Aurélio Amaral de que o etanol voltará a ter um papel importante no mercado em 2019.
- ENGIE BRASIL recuava 3,9 por cento, após forte alta na véspera, tendo no radar lucro líquido de 761,6 milhões de reais no último trimestre de 2018, alta de 8,1 por cento ante o mesmo período de 2017. O Ebitda atingiu 4,36 bilhões em 2018, aumento de 24,1 por cento, ajudado por operações de trading. O BTG (SA:BPAC11) disse que o resultado foi sólido, mas em linha.
- VIA VAREJO cedia 2,5 por cento, em sessão volátil, após divulgar prejuízo de 279 milhões de reais no último trimestre de 2018, enquanto estimou alta de dois pontos percentuais acima da inflação nas vendas mesmas lojas neste ano. O Itaú BBA considerou o resultado do quarto trimestre fraco e as previsões de acordo com suas premissas.
- CSN (SA:CSNA3) subia 2,3 por cento, antes da divulgação do balanço do quarto trimestre, previsto para após o fechamento do mercado nesta quarta-feira.
(Edição Alberto Alerigi Jr.)