Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O sinal negativo prevalecia na bolsa paulista nesta segunda-feira, com aumento da aversão a risco global em razão da violência entre Israel e o grupo islâmico palestino Hamas, mas a queda do Ibovespa era atenuada pelo avanço da Petrobras, na esteira da disparada do petróleo com a tensão no Oriente Médio.
Às 10h47, o Ibovespa caía 0,34%, a 113.778,84 pontos. O volume financeiro somava 3 bilhões de reais.
No fim de semana, homens armados do Hamas invadiram Israel matando centenas de pessoas, em uma incursão que também incluiu disparos de milhares de foguetes, sendo a mais letal em décadas. O ataque fez Israel retaliar o enclave palestino de Gaza. As tropas israelenses ainda lutavam nesta segunda-feira.
"A escalada das tensões provocou uma onda de pânico nos mercados financeiros na abertura desta segunda-feira", observou a analista sênior do Swissquote Bank, Ipek Ozkardeskaya, chamando a atenção particularmente para a disparada dos preços do petróleo.
O barril de Brent avançava 3,49%, a 87,53 dólares, em meio a preocupações de um conflito mais amplo no Oriente Médio. Na máxima nesta segunda-feira, chegou a 89 dólares.
Ozkardeskaya acrescentou em nota enviada a clientes mais cedo que, entre outros fatores, os episódios envolvendo o Hamas e Israel alteram a retórica recente do mercado uma desaceleração potencial na demanda global pelo petróleo para uma oferta global restrita.
Reconhecendo a incerteza elevada, analistas do Goldman Sachs (NYSE:GS), porém, ressaltaram que não houve até o momento qualquer impacto na produção global de petróleo, e que eles veem como improvável qualquer grande efeito no equilíbrio entre oferta e demanda e nos estoques da commodity no curto prazo.
Em Wall Street, o S&P 500 recuava 0,17% na abertura, em sessão marcada por feriado nos Estados Unidos, que fechou o mercado de Treasuries, que vinha determinando a movimentação dos pregões nas últimas semanas.
DESTAQUES
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) avançava 3,37%, a 34,64 reais, acompanhando a movimentação dos preços do petróleo no exterior. O CEO da companhia, Jean Paul Prates, afirmou nesta segunda-feira que a atual política de preços da petrolífera vai mitigar um provável aumento da volatilidade de preços do petróleo e variações especulativas em razão do conflito em Israel e Gaza. Ainda no radar, o Carf negou recurso da Petrobras sobre débitos fiscais de 6,5 bilhões de reais. No setor, PETRORECONCAVO ON ganhava 5,44%, a 20,35 reais, 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) valorizava-se 4,89%, a 29,84 reais, PRIO ON subia 5,12%, a 46,82 reais,
- VALE ON (BVMF:VALE3) caía 1,57%, a 65,81 reais, conforme os futuros do minério de ferro na China recuaram nesta sessão, após o mercado ficar fechado por vários dias por feriado naquele país. O contrato mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian encerrou as negociações do dia com queda de 2,8%.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) cedia 0,79%, a 27,68 reais, e BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) caía 0,90%, a 14,34 reais, sofrendo com a aversão a risco generalizada, após uma semana positiva para ambos os papéis.
- AZUL PN (SA:AZUL4) perdia 4,38%, a 12,23 reais, e GOL (BVMF:GOLL4) PN recuava 4,42%, a 6,06 reais, em meio à disparada dos preços do petróleo, além do movimento negativo generalizado para papéis atrelados a consumo no Brasil.
- CARREFOUR BRASIL ON (BVMF:CRFB3) caía 4,90%, a 8,54 reais, tendo ainda no radar relatório do UBS BB (BVMF:BBAS3) cortando o preço-alvo das ações de 11,50 para 10,50 reais, enquanto reiteraram recomendação "neutra", conforme veem um perspectiva de curto prazo mais desafiadora. Os analistas também reduziram o preço-alvo de Assaí (BVMF:ASAI3) de 16 para 15 reais, que teve a recomendação de compra mantida. ASSAÍ ON tinha declínio de 4,34%, a 11,24 reais.