Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa perdia o fôlego da abertura e recuava nesta terça-feira, com blue chips entre as maiores pressões de baixa, incluindo Itaú Unibanco, Vale e Petrobras, enquanto agentes financeiros também repercutiam noticiário favorável sobre o comportamento dos preços no país.
Às 11:33, o Ibovespa caía 0,88%, a 109.359,95 pontos. Na máxima, mais cedo, chegou a 111.290,69 pontos. O volume financeiro somava 6,5 bilhões de reais.
Nesta terça-feira, a Fundação Getulio Vargas (FGV) divulgou que a deflação do IGP-M se intensificou em maio para 1,84% e marcou a maior queda na série histórica iniciada em 1989. Em paralelo, o Índice de Preços ao Produtor (IPP), do IBGE, caiu 0,35% em abril, a terceira taxa mensal negativa seguida.
LEIA MAIS: Índice de Preços ao Produtor (IPP) no Brasil recua 0,35% em abril
Os números foram conhecidos após declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, na noite da véspera, de que os núcleos de inflação estão, em média, arrefecendo, embora mais lentamente do que o esperado, e o Brasil entrou em uma janela temporal agora na qual esse movimento de queda deve continuar.
"Campos Neto, de fato, parece mais 'soft' do que vinha sendo", afirmou a equipe da Tullett Prebon Brasil, citando que ele tem falado em melhora do cenário inflacionário, apesar de ter reiterado que expectativas de longo prazo ainda estão elevadas.
"Para nós, continua o call (previsão) de corte em setembro, mas reconhecemos que os riscos para que o ciclo de 'easing' (alívio) monetário comece antes disso. Até o próximo Copom, temos IPCA fechado de maio, que pode continuar trazendo melhora" avaliou, conforme nota a clientes.
No exterior, Wall Street mostrava um desempenho sem direção comum, com o acordo bipartidário para elevar o teto da dívida dos Estados Unidos enfrentando seu primeiro teste no Congresso nesta terça-feira no Comitê de Regras da Câmara dos Deputados.
Ouve podcasts sobre economia e finanças? Siga o Investing.com Brasil na sua plataforma de áudio favorita.
DESTAQUES
- VALE ON (BVMF:VALE3) recuava 1,7%, a 64,71 reais, com o setor de mineração e siderurgia como um todo no vermelho, em meio à fraqueza nos preços dos contratos futuros do minério de ferro na China, bem como de outros produtos siderúrgicos. CSN ON (BVMF:CSNA3) caía 2,57% e GERDAU PN (BVMF:GGBR4) cedia 2,53%, entre as maiores quedas do Ibovespa.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) registrava declínio de 1,71%, a 26,46 reais, com BRADESCO PN (BVMF:BBDC4) negociada em baixa de 2,11%, a 15,8 reais. Dados do Banco Central mostraram nesta terça-feira que as concessões de empréstimos com recursos livres no Brasil recuaram 16,5% em abril ante março, enquanto a inadimplência no segmento de recursos livres subiu.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) caía 0,67%, a 26,51 reais, pressionada pelo recuo dos preços do petróleo no exterior, com o Brent cedendo 3,5%, a 74,37 dólares o barril. No setor, 3R PETROLEUM ON (BVMF:RRRP3) perdia 2% e PRIO ON (BVMF:PRIO3)operava em queda de 1,22%.
- NATURA&CO ON (BVMF:NTCO3) valorizava-se 1,46%, a 13,90 reais, ampliando a recuperação em maio, após recuar nos dois meses anteriores. Analistas da XP (BVMF:XPBR31) reiteraram na véspera recomendação de "compra" e preço-alvo de 18 reais para as ações, chamando atenção para aumentos de preços em marcas da fabricante de cosméticos e vendo iniciativas em vigor preparando o caminho para expansão das margens.
- YDUQS ON (BVMF:YDUQ3) subia 0,63%, a 14,42 reais, e COGNA ON (BVMF:COGN3) avançava 0,35%, a 2,86 reais. Analistas da XP atualizaram estimativas para empresas de educação, avaliando que o setor em geral está subvalorizado, acrescentando que têm uma visão construtiva, porém cautelosa, enquanto destacaram que Yduqs é sua ação favorita.
Petrobras (BVMF:PETR4): Veja 5 polêmicas envolvendo a empresa no governo Lula, no vídeo abaixo: