Ibovespa sobe 1,2%, a 124,6 mil pontos, nível não visto desde julho de 2021

Publicado 16.11.2023, 15:36
Atualizado 16.11.2023, 18:40
© Reuters Ibovespa sobe 1,2%, a 124,6 mil pontos, nível não visto desde julho de 2021

O Ibovespa subiu 1,20% hoje e encerrou o dia com 124.639,24 pontos, acima da linha de 124 mil pontos pela primeira vez desde o fim de julho de 2021, acompanhando a expectativa de fim do aperto monetário nos Estados Unidos e de manutenção da meta fiscal de déficit primário zero em 2024 pelo governo brasileiro. A queda dos juros futuros também beneficiou ações de consumo de grandes bancos e ajudou a sustentar os ganhos.

Esse otimismo manteve o índice em alta durante praticamente toda a sessão, entre a mínima de 123.165,30 (0,0%) e a máxima de 124.736,97 pontos (+1,28%), apesar da firme queda dos preços do petróleo, que derrubou as ações da Petrobras (BVMF:PETR4). O desempenho da Bolsa aqui contrariou, inclusive, o sinal negativo de Nova York, onde as bolsas passaram o dia em queda e fecharam próximas da estabilidade.

O giro financeiro bateu R$ 43,4 bilhões, bem acima dos últimos pregões, com o vencimento de opções sobre o Ibovespa nesta quinta-feira, 16.

A Bolsa brasileira já havia engatado alta pela manhã, quando cruzou a linha dos 124 mil pontos, amparada pela queda dos juros futuros domésticos, que acompanharam os rendimentos dos Treasuries americanos. Os pedidos de auxílio-desemprego nos EUA subiram a 231 mil na semana até 11 de novembro, mais do que o esperado, sugerindo desaceleração da economia do país.

Depois, no início da tarde, a informação de que o governo não agirá para mudar a meta fiscal de 2024 por meio de uma emenda ao projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) - citada primeiro pelo relator do texto, deputado Danilo Forte (União-CE), e depois confirmada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT) - foi lida como uma vitória da equipe econômica e ajudou a ampliar o otimismo.

"Os últimos dados da economia americana mostraram que o aperto feito pelo Federal Reserve (Fed) está começando a surtir efeito, e o posicionamento do governo aqui, tentando mostrar responsabilidade fiscal, deixa os mercados mais leves e permite essa recuperação", disse o head de renda variável da Veedha Investimentos, Rodrigo Moliterno. "Quem estava com posições vendidas começou a fechar, o que acaba impulsionando."

Operadores citam também um ajuste do Ibovespa à alta dos pares de Nova York ontem - quando o mercado doméstico ficou fechado devido ao feriado de Proclamação da República -, também devido à percepção de que o Fed pode evitar um novo aumento dos juros. A ferramenta do CME Group já indica que há menos de 1% de chance de um aumento de 25 pontos-base na taxa dos Fed Funds nas próximas reuniões.

Esses fatores compensaram mesmo a queda dos papéis da Petrobras (ON -1,74%, PN -2,02%), que, juntos, retiraram 0,20 ponto porcentual do Ibovespa hoje. O desempenho da empresa acompanhou os contratos futuros do petróleo, que fecharam em baixa de 4,63% (Brent) a 4,81% (WTI), nos menores níveis desde julho, devido a temores em relação à demanda dos EUA e China pela commodity.

Outras duas petroleiras, Prio ON (-3,53%) e 3R Petroleum (BVMF:RRRP3) (-2,58%), figuraram como as duas maiores quedas do índice hoje.

No fechamento, 70 das 86 ações que compõem o Ibovespa tiveram ganhos. A queda dos juros futuros beneficiou os papéis de varejistas, o que levou o índice setorial de consumo a uma alta de 2,87%. Magazine Luiza (BVMF:MGLU3) ON (+24,43%) liderou as altas da Bolsa - beneficiada por fatores técnicos após ter reportado ajustes contábeis junto com seu balanço - seguida por Casas Bahia ON (+11,54%).

O setor financeiro também teve alta na sessão (+1,59%), puxada por Bradesco (BVMF:BBDC4) (PN +3,46%, ON +2,76%). O segmento de materiais básicos subiu 1,69%, ignorando a queda dos preços do minério de ferro e acompanhando a discussão sobre novos estímulos na China e sobre a melhora na cooperação bilateral após o encontro entre o presidente do país, Xi Jinping, e o presidente americano, Joe Biden. Vale ON (BVMF:VALE3) ganhou 0,67%, CSN ON (BVMF:CSNA3) subiu 6,91% e Usiminas (BVMF:USIM5) PNA, 7,21%.

Para Moliterno, da Veedha, a perspectiva de fim do aperto monetário nos Estados Unidos e a confirmação de que a meta fiscal de 2024 não será alterada agora abrem espaço para aguardar que a Bolsa mantenha desempenho positivo até o fim do ano. "Salvo algum cisne negro pelo meio, acredito que este patamar é sustentável, o cenário demonstra isso e a gente deve fechar entre 125 mil e 130 mil pontos", disse o profissional.

Entre as maiores altas do Ibovespa, além de Magazine Luiza, Casas Bahia e Usiminas, também apareceram BRF ON (BVMF:BRFS3) (+8,03%) e Cogna ON (BVMF:COGN3) (+7,24%). Na ponta oposta, além de Prio ON, 3R Petroleum e Petrobras ON (BVMF:PETR3), apareceram Cielo (BVMF:CIEL3) ON (-2,28%) e São Martinho (BVMF:SMTO3) ON (-2,05%).

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