Moraes determina investigação sobre suspeita de "insider trading" em anúncio de tarifa de Trump
Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa mostrava fraqueza nesta quinta-feira, sem conseguir se sustentar acima dos 137 mil pontos, enquanto Suzano (BVMF:SUZB3) avançava mais de 3%, após a companhia anunciar acordo para formar uma joint-venture global com a Kimberly-Clark (NYSE:KMB)
Por volta de 11h15, o Ibovespa, referência do mercado acionário brasileiro, cedia 0,22%, a 136.702,08 pontos, após marcar 137.451,31 pontos na máxima e 136.623,76 pontos na mínima até o momento. O volume financeiro somava R$4,77 bilhões.
De acordo com o analista técnico Gilberto Coelho, da XP (BVMF:XPBR31), o Ibovespa fechou em baixa (na quarta-feira) após uma tentativa de recuperação durante o dia, mantendo a média de 21 dias como resistência.
"Abaixo dos 136.100 pode seguir em realizações... O sinal de alta seria retomado com um fechamento acima dos 138.000", afirmou, acrescentando em relatório que o IFR (índice de força relativa) apontou para baixo, favorecendo realizações.
Na visão da Ágora, a agenda esvaziada de divulgações no Brasil e a ausência de novidades em relação à tributação do IOF -- e suas compensações -- ajudam a reduzir o ímpeto de alguma recuperação no mercado brasileiro.
Em Wall Street, o S&P 500 cedia 0,21%, enquanto agentes seguem atentos a noticiário sobre negociações comerciais dos Estados Unidos e aguardam dados do mercado de trabalho norte-americanos previstos para a sexta-feira.
De acordo com a Ágora, dados recentes sinalizaram que a guerra comercial do presidente Donald Trump está prejudicando a maior economia do mundo, o que fez crescer as apostas de que haverá mais espaço para a atuação do Federal Reserve.
DESTAQUES
- SUZANO ON avançava 3,09% após anunciar nesta quinta-feira acordo para formar uma joint-venture global com a Kimberly-Clark em que vai investir US$1,7 bilhão para ter 51% de participação em uma operação que envolve 22 fábricas de papéis sanitários, conhecidos como "tissue", no mundo.
- MARFRIG ON (BVMF:MRFG3) mostrava queda de 2,49%, acompanhada de JBS ON (BVMF:JBSS3), que recuava 1,73%, e BRF ON (BVMF:BRFS3), com declínio de 0,34%. MINERVA ON (BVMF:BEEF3) subia 2,35%, após tombo de mais de 7% na véspera.
- ITAÚ UNIBANCO PN (BVMF:ITUB4) recuava 0,62%, mesmo viés de BRADESCO PN (BVMF:BBDC4), que perdia 1,76%, e SANTANDER BRASIL UNIT (BVMF:SANB11), que cedia 0,48%, enquanto BANCO DO BRASIL ON (BVMF:BBAS3) subia 0,45%.
- PETROBRAS PN (BVMF:PETR4) recuava 0,14%, mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, uma vez que persistem receios sobre eventuais medidas envolvendo o setor. A estatal garantiu exclusividade na negociação para aquisição de nove blocos exploratórios localizados em áreas offshore da Costa do Marfim.
- MRV&CO ON (BVMF:MRVE3) saltava 5,24%, mais uma vez na ponta positiva do Ibovespa e bem acima da performance do índice do setor, que subia 0,34%. Analistas do JPMorgan (NYSE:JPM) reiteraram recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$6, colocando o papel em último na ordem de preferência no setor.
- VALE ON (BVMF:VALE3) subia 1,21%, mesmo com o declínio dos futuros do minério de ferro na China, onde o contrato mais negociado na bolsa de Dalian encerrou as negociações diurnas em queda de 0,14%.
- GERDAU PN (BVMF:GGBR4) valorizava-se 4,09%, ainda embalada pelo potencial efeito positivo da alta de tarifas de importação para aço pelos Estados Unidos, em razão das operações da companhia no mercado norte-americano. CSN ON (BVMF:CSNA3) ganhava 0,36% e USIMINAS PNA (BVMF:USIM5) cedia 0,19%.
- TOTVS ON (BVMF:TOTS3) caía 1,8%, tendo como pano de fundo relatório do UBS BB com corte na recomendação da ação para neutra, mas alta do preço-alvo de R$43 para R$49. Também no radar está notícia do Valor de que a empresa de tecnologia contratou o Morgan Stanley (NYSE:MS) para vender sua participação na Dimensa.
(Por Paula Arend Laier)