As incorporadoras listadas na Bolsa ampliaram o faturamento no segundo trimestre, mas o lucro encolheu devido à elevação dos custos de construção, maiores gastos com juros e descontos nas vendas de imóveis em alguns casos.
A receita líquida consolidada das incorporadoras cresceu 4,6% na comparação entre o segundo trimestre de 2022 e o mesmo período de 2021, totalizando R$ 7,7 bilhões. Já o lucro operacional consolidado medido pelo Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) subiu 3,7% na mesma base de comparação, para R$ 990,3 milhões. Por sua vez, o lucro líquido consolidado recuou 35%, para R$ 652,5 milhões.
Apesar de os números gerais terem mostrado queda no lucro, os resultados individuais foram bastante distintos. Seis empresas apresentaram lucro menor na temporada (Cyrela (BVMF:CYRE3), Eztec (BVMF:EZTC3), Lavvi (BVMF:LAVV3), Helbor (BVMF:HBOR3), Trisul (BVMF:TRIS3) e Mitre), enquanto três tiveram prejuízo: Tenda (BVMF:TEND3) (R$ 114,4 milhões), Gafisa (BVMF:GFSA3) (R$ 30,2 milhões) e Tecnisa (BVMF:TCSA3) (R$ 9,3 milhões). Pelo lado positivo, oito registraram lucro crescente (Cury, Direcional (BVMF:DIRR3), MRV (BVMF:MRVE3), Plano & Plano (BVMF:PLPL3), Even (BVMF:EVEN3), Melnick (BVMF:MELK3), RNI e Moura Dubeux).
De modo geral, as empresas estão enfrentando alta nos custos de construção e buscando subir os preços de venda para compensar esse efeito. Entretanto, nem todas conseguiram fazer isso, o que levou a casos de compressão das margens.
Neste momento, a perspectiva é mais favorável para as incorporadoras que atuam no segmento de imóveis econômicos, dentro do Casa Verde e Amarela (CVA). O programa teve mudança nas regras para prover mais subsídios aos beneficiários e prazos mais longos de financiamento - o que se traduziu em aumento no poder de compra das famílias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.