Por Gabriel Codas
Investing.com - O Banco do Brasil Investimentos (BB-BI) atualizou o preço-alvo das ações da JHSF (SA:JHSF3), com horizonte no final de 2021, de R$ 5,10 para R$ 9,90, mantendo a recomendação de compra. Os analistas, devido ao cenário atual, incorporaram os números do segundo trimestre de 2020, com inclusão das premissas referentes ao custo de capital e receitas.
Por volta das 12h40, os ativos da companhia somavam 1,08% a R$ 7,46.
Dentre as premissas referentes à receita, o BB-Bi destaca o desempenho das operações do aeroporto; (o lançamento do Fasano Cidade Jardim e o pré-lançamento do Boa Vista Village, além do desempenho de vendas apresentado pela Fazenda Boa Vista, no segmento de incorporação; o início das atividades em Trancoso-BA no final deste ano e do Fasano Itaim em São Paulo, previsto para 2022, no segmento de H&R; e a expansão de ABL devido à inauguração do Shops no segundo semestre de 2020, no segmento de renda recorrente.
Ademais, eles também incorporam ao valuation os resultados da operação de follow-on ocorrida em julho. Como mencionamos acima, a oferta resultou num incremento no caixa de R$ 433 milhões e a emissão de mais de 44 milhões de novas ações.
Os analistas avaliam que os riscos para a JHSF incluem aumento menor do que o esperado na taxa de ocupação e do aluguel/m2 na divisão de renda recorrente; vendas abaixo do esperado da divisão de incorporação; atraso na inauguração de expansões de ABL e de novos hotéis; volatilidade cambial, afetando o pagamento da taxa de administração pela gestão do prédio onde está localizado o Fasano Fifth Avenue, em Nova Iorque, cuja cotação é em dólar; novas ondas de aumento de casos de Covid-19 que desencadeiem medidas de isolamento social e fechamento do comércio físico em Estados e municípios; a ineficácia do aprimoramento de seus controles internos e políticas corporativas para sanar os apontamentos elencados na avaliação de auditores independentes.
De acordo com a equipe, ao longo do 2T20, observou-se a gradual reabertura dos shoppings, apesar de operarem em horário reduzido e com algumas atividades suspensas. Assim, as vendas dos lojistas no trimestre tiveram queda de 82,4% a/a, com o SSS (vendas mesmas lojas) alcançando -80,3% (-92,1 p.p a/a). O SSR (aluguel mesmas lojas) também apresentou queda de 86,9 p.p. na comparação anual, atingindo -78,1%, enquanto a taxa de ocupação atingiu 96,5% (-0,8 p.p a/a).
Do lado financeiro, a receita líquida caiu 74,6% a/a, devido à paralisação temporária das atividades. Em consequência, a margem EBITDA ajustada (ex-PPI) atingiu 49,1% no 2T20 (ante 59,3% no 2T19), apesar do CPV e das despesas operacionais terem diminuído em função da menor atividade no segmento.
Ainda, a JHSF não contabilizou nenhum efeito de linearização de descontos relativos aos impactos do Covid-19 durante o 2T20. Devido à suspensão temporária das operações dos shoppings, a companhia cancelou a cobrança de aluguel em abril e maio, e para junho, foi cobrado o aluguel variável proporcional aos dias de operação. Além disso, as ações para redução da taxa de condomínio e das taxas do fundo de promoção foram continuadas.