BBAS3: Por que as ações do Banco do Brasil subiram hoje?
Por Fernando Cardoso
SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs fecharam perto da estabilidade nesta sexta-feira, conforme uma agenda doméstica vazia e a análise de dados econômicos mistos nos Estados Unidos forneceram poucos motivos para os investidores alterarem os prêmios de risco do Brasil.
No fim da tarde, a taxa do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2027 estava em 13,92%, ante o ajuste de 13,943% da sessão anterior. A taxa para janeiro de 2028 marcava 13,2%, ante o ajuste de 13,208%.
Entre os contratos longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,38%, ante 13,403% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,52%, ante 13,554%.
As atenções dos investidores estiveram voltadas quase integralmente para o cenário externo nesta sessão, onde avaliaram a publicação de uma série de indicadores econômicos da maior economia do mundo em busca de sinais sobre a trajetória da política monetária do Federal Reserve.
Entre os destaques, esteve um relatório que mostrou que as vendas no varejo norte-americano desaceleram em julho em relação ao mês anterior, em dado em linha com o esperado por economistas consultados pela Reuters. No mês, as vendas subiram 0,5%, ante um ganho de 0,9% em junho.
Outro relatório informou que os preços de importação nos EUA tiveram uma alta inesperada em julho, a 0,4%, ante uma queda de 0,1% no mês anterior e da estabilidade projetada em pesquisa da Reuters. Os números fomentaram temores sobre os impactos das tarifas dos EUA sobre a economia.
A da agenda cheia de dados -- que incluiu ainda números de confiança do consumidor e de produção manufatureira nos EUA --, o mercado pouco alterou as apostas de que o banco central do país deve retomar o ciclo de cortes na taxa de juros a partir de seu próximo encontro, em setembro.
Operadores estão precificando 84% de chance de uma redução de 0,25 ponto percentual na taxa em setembro, segundo dados da LSEG, abaixo dos 93% da véspera, mas ainda um patamar elevado de confiança no afrouxamento da política monetária.
"Os dados mistos de hoje mantiveram vivas as esperanças de corte de juros na próxima reunião. Não foram informações contundentes o suficiente para alterar essa expectativa. E o cenário interno está parado", disse João Duarte, especialista em câmbio da One Investimentos.
O rendimento do Treasury de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha alta de 2 pontos-base, a 3,759%.
Na cena doméstica, o foco dos agentes financeiros tem estado em torno do impasse comercial entre Brasil e EUA, à medida que o governo brasileiro continua tentando negociar a tarifa de 50% imposta pelo presidente Donald Trump sobre os bens do país. Não houve novidades sobre o assunto nesta sexta.
Na quarta-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou medida provisória que traça um plano de contingência para empresas afetadas pela taxação, incluindo uma linha de crédito de R$30 bilhões.