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SÃO PAULO (Reuters) - A Klabin (BVMF:KLBN11) não espera mudança significativa nos preços de celulose no mercado até o final deste ano, tampouco vê chance de reajustes expressivos de preços de papel no Brasil em 2024, afirmaram executivos da companhia nesta quinta-feira.
Em teleconferência sobre o resultado do terceiro trimestre, eles acrescentaram que a companhia está trabalhando para elevar a exportação de papel no próximo ano para níveis pré-pandemia, após um primeiro semestre de 2023 "muito difícil".
As units da companhia, maior fabricante de papel para embalagens do país, exibiam alta de 0,8% às 13h24, a 22,34 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,6% e a rival Suzano (BVMF:SUZB3), que divulga resultado nesta quinta-feira após fechamento do mercado, recuava 0,6%.
A Klabin espera demanda e preços de celulose de fibra curta em alta no quarto trimestre ante o imediatamente anterior, enquanto em papel a expectativa para o período é de estabilidade. Já sobre demanda de papelão e sacos industriais a expectativa é de queda nos três últimos meses deste ano ante o terceiro trimestre, mas preços estáveis para ambos os produtos.
Em celulose, o diretor comercial da área, Antônio Nicolini, afirmou durante teleconferência com analistas que o nível de preço de 630 dólares a tonelada na China "já foi implementado" e que a velocidade de repasse de reajustes pelos produtores de papel do país indica que a "demanda da China é demanda mesmo, consumo".
"Hoje qualquer volume que você coloca na China você consegue vender. A velocidade de aceitação (do reajuste de preço) mostra consumo maior e exportações crescendo de forma geral."
Os produtores de celulose passaram boa parte do ano pressionados entre um ambiente de redução de estoques, demanda menor e custos elevados. Mas com uma retomada da atividade na China, e aumento de exportações do país, os produtores já anunciaram dois aumentos consecutivos nos preços da celulose.
"O nível de preço é sustentável agora", disse Nicolini. "No curto prazo, não vemos mudança significativa nos preços. Para o ano que vem vamos avaliar", disse o executivo, citando que o mesmo quadro vale para a Europa.
Com o aumento de produção de papel, em razão do andamento da ativação de novas máquinas na fábrica da companhia no Paraná, e a alta nos preços da celulose, o presidente-executivo da Klabin, Cristiano Teixeira, citou previsão de crescimento nos resultados da empresa no quarto trimestre ante o anterior.
Segundo Teixeira, o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da Klabin no quarto trimestre vai crescer "um dígito alto versus o terceiro trimestre", quando o resultado mostrou alta de 1% sobre os meses de abril a junho, mas queda de 41% no comparativo anual.
"O quarto trimestre vai ser alavancado pelos aumentos de preços de celulose e 'ramp up' da máquina nova" de papel, disse Teixeira, se referindo ao Projeto Puma II, da empresa.
Apoiando essa expectativa, o diretor financeiro da Klabin, Marcos Ivo, afirmou que o custo caixa total da empresa no último trimestre de 2023 deverá ficar no mesmo patamar do terceiro trimestre, "com algum pequeno viés de baixa".
Para 2024, o executivo afirmou que a companhia está planejando o orçamento, mas que não espera que "que o custo seja diferente do patamar deste ano".
(Por Alberto Alerigi Jr.)