Por Ana Carolina Siedschlag
Investing.com - As ações das Lojas Americanas (SA:LAME4) e da B2W (SA:BTOW3) lideravam as perdas da B3 (SA:B3SA3) desta sexta-feira (5) após registrarem lucro líquido de R$ 400,4 milhões e R$ 16 milhões, respectivamente, com resultados impactados pelas restrições em relação à Covid-19 do final do ano.
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Perto das 11h55, os papéis eram negociados a R$ 23,43, com queda de 4,6%. A ação acumula queda de 5,48% nos últimos trinta dias e de 0,74% nas últimas 52 semanas. Já a B2W negociava a R$ 71,97, com queda de 3,63% e recuo acumulada de 16% nos últimos trinta dias e alta de 28% nas últimas 52 semanas.
Para a XP Investimentos, os balanços confirmaram o resultado fraco esperado para as companhias, com B2W tendo crescimento ainda baixo, de 38% na base anual.
Segundo os analistas, no entanto, a aceleração do ritmo de crescimento do volume bruto de mercadorias no meio online, ou GMV, está em linha com a expectativa de que a companhia se destaque em 2021 em termos de ganhos de participação de mercado. Isso, explicam, devido a uma base de comparação “mais fácil”, já que o marketplace foi mais prejudicado em 2020, aliado a melhores condições oferecidas aos vendedores parceiros e consumidores.
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Os analistas mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 121.
Já o BTG Pactual (SA:BPAC11) apontou que, embora a B2W tenha reportado um ritmo de crescimento mais lento no final de 2020, os resultados no início de 2021 devem levar a um melhor momentum para as ações no curto prazo, principalmente após a recente correção.
Os analistas apontam que, apesar da expectativa de que parte da migração do comércio offline para o e-commerce perca espaço nos próximos meses e do ambiente macroeconômico volátil, há uma tendência estrutural positiva para plataformas horizontais com grande variedade, tráfego e foco em níveis de serviço, como a B2W.
Com isso, os analistas mantiveram a recomendação de Compra para o papel, com preço-alvo de R$ 120.
A Ativa Investimentos, que também manteve a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 98 para o papel, destacou a forte geração de caixa no trimestre devido a um bom controle das vendas diretas, gestão de capital de giro e um nível de CAPEX "um pouco abaixo" do acumulado nos primeiros 9 meses do ano.
Já os analistas do Goldman Sachs também mantiveram a recomendação de Compra tanto para B2W como para Lojas Americanas, na expectativa da fusão entre as duas empresas e da execução de recentes mudanças na operação do ambiente digital, que podem elevar o GMV da B2W.
Lojas Americanas
Para as Lojas Americanas, os analistas da XP Investimentos destacaram as menores despesas operacionais, mas com queda nas vendas mesmas lojas de 5,2% na base anual, o dobro do registrado no terceiro trimestre em decorrência de maiores restrições contra a Covid-19.
Ainda assim eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 36 para ação.
Já o BTG Pactual apontou que a companhia reportou números de receita um pouco abaixo do esperado, como consequência dos impactos da pandemia, com 11% de sua área de lojas fechada no quarto trimestre, o que desacelerou a recuperação gradual de receita observada nos meses anteriores.
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Os analistas destacaram que a queda de 11 pontos percentuais na margem bruta da varejista foi em razão da maior demanda por itens essenciais como perfumaria, higiene pessoal e cosméticos, mas parcialmente compensada por um melhor controle de custos e renegociações de despesas de aluguel.
Eles alertaram, ainda, que o EBITDA da companhia, de R$ 994 milhões, queda de 6% na base anual, foi afetado por despesas gerais e administrativas acima do esperado, principalmente devido a algumas contingências trabalhistas no período, que os analistas esperam “não persistir no futuro”.
Eles mantiveram a recomendação de Compra, com preço-alvo de R$ 38, por verem uma recuperação gradual nos próximos meses, com os recentes anúncios da parceria com a BR Distribuidora, o início dos estudos para a fusão e múltiplos relativamente atrativos abrindo caminho para um re-rating.