Por Donny Kwok e Diana Asonova
HONG KONG/MOSCOU (Reuters) - O lucro trimestral da gigante russa de alumínio Rusal (MCX:RUAL) subiu graças aos preços de mercado mais altos do metal, apesar das sanções impostas por Washington.
O lucro líquido recorrente da Rusal, maior produtora de alumínio do mundo fora da China, subiu 75 por cento ante mesmo período de 2017, mas recuou 17 por cento ante o primeiro trimestre, informou a companhia nesta segunda-feira.
O lucro líquido recorrente é definido como lucro líquido ajustado mais a participação líquida na Norilsk Nickel.
Os primeiros resultados desde 6 de abril, quando Washington impôs contra a empresa e o bilionário russo Oleg Deripaska, são vistos como indicação de que a Rusal está resistindo às restrições que causaram a interrupção do suprimento mundial.
Washington disse que as sanções, que atingiram aliados do presidente russo Vladimir Putin, visavam a punir Moscou por sua suposta interferência na eleição presidencial de 2016 - algo que a Rússia nega - e outras "atividades malignas".
As sanções afetaram seriamente o fornecimento de alumínio, elevando os preços do metal amplamente usado em diferentes indústrias, desde a indústria aeroespacial até embalagens de bebidas, antes que a Agência o Controle de Ativos Estrangeiros (Ofac) concedesse uma isenção aos clientes da Rusal.
A Rusal disse que as restrições dos EUA elevaram os preços.
Os preços do alumínio estavam em média 2.259 dólares por tonelada na London Metal Exchange (LME) no segundo trimestre, alta de 18 por cento ano a ano, já que "as guerras comerciais e as taxas de importação impostas, além das sanções da Ofac, causaram alta dos preços", disse em comunicado.
Sob as sanções, clientes dos EUA têm até 23 de outubro para encerrar negócios com a Rusal. Como alguns pedidos podem levar até dois meses para serem processados e entregues aos clientes, especialmente para produtos de alumínio com valor agregado, fontes da indústria disseram que muitos clientes começarão a evitar a empresa a partir de agosto.
Em um sinal de cautela, a Rusal disse que seu conselho não recomendou pagar dividendo referente ao primeiro semestre.
A Rusal informou que sua produção de alumínio primário foi de 939 mil toneladas no segundo trimestre, alta de 2 por cento contra um ano antes, enquanto as vendas de alumínio primário e ligas caíram 22 por cento, para 783 mil toneladas.