SÃO PAULO (Reuters) - O Itaú Unibanco (SA:ITUB4) teve lucro 9 por cento menor no terceiro trimestre, com os efeitos de nova contração no crédito sendo parcialmente compensados por maiores ganhos com juros e menos despesas com provisões para perdas com inadimplência, apesar de nova alta nos níveis de calotes.
O banco, que no começo do mês anunciou a compra das operações de varejo do Citi no Brasil, informou nesta segunda-feira que seu lucro líquido de julho a setembro somou 5,394 bilhões de reais, queda de 9,3 por cento sobre um ano antes.
Em termos recorrentes, o lucro foi de 5,595 bilhões de reais no período, queda de 8,94 por cento ante igual período de 2015.
Refletindo a recessão no país, a carteira de crédito do Itaú Unibanco teve contração de 11,5 por cento em 12 meses na métrica que inclui avais e fianças, a 567,7 bilhões de reais. Incluindo títulos privados, o recuo foi de 11 por cento, a 605,1 bilhões.
Os maiores declínios foram nas carteiras de veículos, repasses dos BNDES e financiamento à exportação, enquanto as linhas imobiliária (+11,5 por cento) e de cartão de crédito (1,3 por cento) foram as únicas a registrar expansão.
Ainda assim, o banco teve margem financeira 6,7 por cento maior na comparação com o trimestre anterior, a 17,7 bilhões de reais, por ter repassado taxas maiores a clientes e aos resultados positivos da tesouraria.
O índice de inadimplência das operações de crédito vencidas acima de 90 dias atingiu 3,9 por cento, 0,3 ponto percentual maior ante o trimestre anterior e 0,9 ponto maior em 12 meses.
Segundo o Itaú Unibanco, essa alta refletiu uma operação de uma empresa de grande porte no Brasil, cujo nome não foi revelado. Sem isso, o índice teria ficado estável.
De todo modo, a provisão feita pelo banco para perda esperada com calotes somou 6,169 bilhões de reais, queda de 2,7 por cento na comparação trimestral e alta de apenas 2,9 por cento sobre um ano antes.
Em outra frente, o Itaú Unibanco viu suas receitas com prestação de serviços subirem 7,7 por cento sobre o terceiro trimestre de 2015, a 7,825 bilhões de reais.
O retorno recorrente sobre o patrimônio líquido anualizado foi de 19,9 por cento no período, queda ante os 20,6 por cento do trimestre anterior e dos 24,1 por cento de um ano antes.
O banco manteve suas previsões de resultado para 2016.
(Por Aluísio Alves)