Investing.com – Os dados macroeconômicos divulgados até agora no ano nos Estados Unidos revelaram sinais de arrefecimento, o que impactou alguns segmentos acionários de menor qualidade e mais sensíveis aos ciclos da economia. No entanto, um conjunto seleto de grandes ações de tecnologia acabou impulsionando o desempenho geral dos principais índices do país.
De acordo com os estrategistas do Morgan Stanley (NYSE:MS), essa dinâmica sugere que o mercado está cada vez mais concentrado na desaceleração do crescimento econômico, dando menos importância à inflação e às taxas de juros.
O desempenho inferior das “small caps” (ações de empresas de menor capitalização) é um exemplo claro dessa tendência. Os estrategistas atribuem essa situação à combinação atual de políticas fiscais robustas e taxas de juros iniciais mais elevadas, que estão afastando muitos participantes econômicos.
O Morgan Stanley identifica três possíveis gatilhos para mudanças no cenário:
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Reaceleração da inflação e crescimento: se houver uma retomada significativa da inflação e do crescimento, o Federal Reserve (Fed) poderia reconsiderar o aumento das taxas de juros. No entanto, os estrategistas acreditam que isso é improvável e já está precificado nos mercados. Caso ocorra, setores atrasados, como pequenas empresas e bancos regionais, podem se beneficiar, embora as avaliações das grandes empresas possam ser afetadas pelas taxas mais altas.
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Deterioração da liquidez: problemas de liquidez podem levar a saídas de ações, especialmente se o financiamento do déficit público se tornar uma preocupação.
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Risco de queda nas ações: o prêmio de prazo, que permanece próximo de zero, é um indicador importante a ser monitorado. Se esse prêmio aumentar, como ocorreu no outono passado, podemos esperar uma queda ampla nas ações, com poucos ativos se destacando.
Atualmente, as provisões de liquidez mitigam parte desse risco. Contudo, um cenário de crescimento substancialmente mais fraco poderia afetar negativamente os múltiplos das ações em geral. Nesse contexto, as ações de grande capitalização com foco em qualidade podem ter um desempenho moderadamente superior, enquanto as ações defensivas podem se sair melhor.
Diante desse panorama, os estrategistas recomendam uma postura equilibrada, combinando o crescimento de qualidade das empresas de grande capitalização com estratégias defensivas. Por outro lado, desaconselham investir em ações cíclicas de menor qualidade e alertam contra a expectativa de uma recuperação ampla do mercado.
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Fed pode cortar juros, mas não o fará por risco de inflação - Jefferies
Os juros nos Estados Unidos estão no patamar mais elevado das últimas décadas, razão pela qual diversos analistas sugerem que o Federal Reserve (Fed, banco central dos EUA) possa reduzir as taxas para facilitar uma recuperação econômica sem turbulências. Embora haja argumentos favoráveis a essa redução, o risco de uma aceleração indesejada da inflação por cortes prematuros é considerado "muito alto".
"O Fed poderia baixar as taxas, mas ainda não é necessário", afirmou o Jefferies em um comunicado recente. A instituição financeira ressalta a robustez atual da economia americana, o que indica que ainda não é preciso uma ação de relaxamento monetário pelo Fed. "O perigo de reativar a inflação é demasiadamente elevado para justificar cortes preventivos", adicionou o Jefferies.
O banco reviu suas expectativas e abandonou a previsão de uma recessão iminente, após postergá-la repetidamente. Apesar dos indícios de um arrefecimento no crescimento econômico, o Jefferies não vê um aumento significativo no risco de uma recessão plena. No entanto, a instituição mantém a recomendação de que o Fed deveria promover um corte nos juros até o final deste ano, possivelmente em novembro ou dezembro.
Essa posição é parcialmente alinhada com a do próprio Federal Reserve. Durante a reunião do Fomc em junho, os membros votantes ajustaram a previsão de redução das taxas de juros de três para apenas uma vez neste ano, considerando que a inflação pode se manter mais alta do que o previsto anteriormente.
Contudo, o mercado financeiro antecipa que um corte pode ocorrer já em setembro, com a probabilidade estimada em 61%, conforme indicado pela ferramenta "Monitor de Juros do Fed", fornecida pelo Investing.com.
Olhando para além de 2024, há expectativas de cortes mais significativos nas taxas de juros, especialmente se o combate à inflação pelo Fed for auxiliado por um aumento na produtividade, num contexto em que a rotatividade laboral está diminuindo. Isso sugere que os trabalhadores estão menos inclinados a trocar de emprego em busca de salários mais altos.
Caso essa melhora na produtividade efetivamente contribua para o controle da inflação, o Jefferies projeta que "poderá haver margem para mais cortes nas taxas de juros no final de 2025 ou em 2026".
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