Por Dhirendra Tripathi
Investing.com - ADRs e ações das maiores mineradoras do mundo eram negociadas em baixa nesta sexta-feira, devido a temores de uma menor compra de produção por parte da siderurgia chinesa.
Preocupações com o acúmulo de dívidas da incorporadora imobiliária chinesa Evergrande (OTC:EGRNY) que atingem os setores imobiliário e bancário na segunda maior economia do mundo também estão retraindo os ânimos em relação a ações ligadas ao minério de ferro.
Os ADRs da Rio Tinto (NYSE:RIO) e da BHP (NYSE:BHP) operavam em queda de 3% a 4% às 15h (horário de Brasília). O ADR da Vale (NYSE:VALE) caía 2,9%, enquanto a Anglo American (LON:AAL) foi além, fechando com queda de 8,1% em Londres.
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Há alguns anos, a China recorre a cortes anuais na produção de aço para controle de emissões e redução da poluição. Essa atitude teve sucesso limitado, mas gerou grande volatilidade nos preços. O país é o maior consumidor mundial de metais, bem como de commodities agrícolas e não agrícolas.
A China quer manter a produção de aço bruto de 2021 na mesma média do ano passado, em torno de 1,05 bilhão de toneladas. O UBS espera que fique em torno de 1,07 bilhão de toneladas entre 2021 e 2022 e estável entre 2022 e 2023. A meta é cerca de 5% menor do que a previsão anterior de 1,13 bilhão de toneladas.
O banco espera superávit no mercado de minério de ferro neste semestre, e vê os preços da commodity na média de US$ 89 por tonelada em 2022. Os preços do minério de ferro já caíram para mais da metade da máxima do ano, para cerca de US$ 106/t.
Para piorar a situação das mineradoras, os desdobramentos das questões da Evergrande, segunda maior incorporadora imobiliária da China, também têm causado ansiedade. A Evergrande deve deixar de pagar cerca de US$ 300 bilhões em títulos na próxima semana, e o fraco desempenho de seus próprios títulos está arrastando outros do setor, dificultando o levantamento de capital para outras incorporadoras.