Por Enrico Dela Cruz
(Reuters) - Os contratos futuros do minério de ferro subiram nesta sexta-feira, com o índice de referência de Cingapura voltando a ultrapassar o nível de 120 dólares por tonelada, impulsionados por políticas de apoio da China à economia e depois que a Rio Tinto (LON:RIO) interrompeu os trabalhos em uma mina de Pilbara após um incidente.
Dando mais sustentação aos preços, os estoques de minério de ferro importado da China nos principais portos atingiram o nível mais baixo em três anos nesta semana, com 115,92 milhões de toneladas, devido aos maiores volumes de descarga e menos chegadas, de acordo com a consultoria Mysteel.
No entanto, os preços do insumo para fabricação de aço caminhavam para uma queda semanal em meio a preocupações persistentes com o conturbado setor imobiliário da China, maior produtora mundial de aço.
O minério de ferro de referência para outubro na Bolsa de Cingapura subiu 3,2%, a 121,20 dólares por tonelada. O contrato caiu mais de 1% esta semana, depois de atingir um pico de seis meses na semana passada.
O minério de ferro mais negociado para janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações do dia com alta de 0,9%, a 871,50 iuanes (119,38 dólares) por tonelada.
Traders comemoraram reportagens da mídia estatal dizendo que a China continuaria a derrubar as barreiras de acesso ao mercado e a aumentar as medidas de apoio à economia privada, citando 22 medidas emitidas pela Administração Estatal de Regulamentação do Mercado.
A Rio Tinto, a maior produtora de minério de ferro do mundo, disse que interrompeu os trabalhos em uma unidade de Pilbara, na Austrália, depois que um arbusto e uma rocha de um metro quadrado caíram da saliência de um abrigo de rochas em uma área adjacente à unidade.
No entanto, as preocupações com o setor imobiliário da China, atingido por uma crise, amenizaram o rali do minério de ferro.
"O crescimento lento da China e as preocupações dos investidores com os setores imobiliário e financeiro parecem persistir", disseram os analistas do Westpac em uma nota.
(Reportagem de Enrico Dela Cruz)