Por Ana Julia Mezzadri
Investing.com - Em sua carteira recomendada de dezembro divulgada nesta terça-feira (1), a Mirae Asset substituiu as ações de Indústrias Romi ON (ROMI3), Localiza ON (RENT3) e MRV ON (MRVE3) por Cosan ON, Duratex ON, e Klabin Unit.
A carteira recomendada de dezembro, então, é composta de Banco do Brasil ON (BBAS3), Cosan ON (CSAN3), Duratex ON (DTEX3), Gerdau PN (GGBR4), Iochpe Maxion ON (MYPK3), Klabin Unit (KLBN11), Magazine Luiza ON (MGLU3), Randon PN (RAPT4), Vale ON (VALE3) e Via Varejo ON (VVAR3), todas com 10% de participação.
A inclusão da Cosan se deu por sinalizações de que o setor vem se recuperando, como demonstrado nos resultados da companhia no terceiro trimestre.
Para a Duratex, por sua vez, os principais motivos da escolha foram a recuperação da demanda em todas as divisões da empresa causada pela melhora da economia, além da diminuição da alavancagem e a expectativa de fortes resultados no 4T20 com o aquecimento do mercado de construção civil.
Finalmente, o racional por trás da opção pela Klabin é a melhora nos resultados, com o aumento de vendas por e-commerce de diversos setores que usam papel embalagem, a recuperação dos preços da celulose, a incorporação da Sogemar e o final do pagamento de royalties para a família Klabin.
Os principais eventos que movimentaram os mercados no mês passado, na análise da corretora, foram a piora no quadro de contaminação da Covid-19 nos EUA e na Europa; as eleições nos Estados Unidos; o fracasso no lançamento de um pacote de estímulo nos EUA antes das eleições; a assinatura do acordo comercial RCEP entre a China e outros 14 países; as primeiras escolhas de Biden para sua equipe; o noticiário sobre as vacinas para Covid-19; e os dados econômicos nos EUA e na China.
Já no Brasil, os mercados foram influenciados principalmente pela manutenção da Selic, com manutenção de possibilidade de corte gradual; a aprovação da independência do Banco Central e da lei das falências; a alta no IGP-M e no IPCA-15; a criação de empregos maior do que a esperada segundo dados do Caged; a taxa de desemprego medida pelo PNAD; e a manutenção da nota do Brasil em BB- com perspectiva negativa pela Fitch Ratings.
No mês, a carteira recomendada da Mirae teve rendimentos de 10,1%, contra 15,9% do Ibovespa.
Já para o mês de dezembro, a corretora prevê que os preços das commodities possam ser impactados por eventuais bloqueios para combater a disseminação da Covid-19, risco que pode ser minimizado pela possibilidade de vacinação contra o vírus ainda neste mês.
Em relação aos indicadores econômicos, a Mirae espera que muitos deles ainda mostrem impacto da pandemia. Em caso de piora no quadro da economia, a perspectiva da corretora é que os bancos possam ampliar os programas de estímulos, o que pode influenciar no humor do mercado acionário.
No Brasil, a Mirae segue otimista com a retomada da atividade econômica, apesar da maior aversão ao risco fiscal e de não esperar grandes avanços na pauta das reformas antes das eleições para a presidência da Câmara e do Senado em fevereiro. A corretora menciona ainda os baixos níveis de reservatórios de água, que podem afetar a agricultura do país.