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Nasdaq, SP500, DAX: Falso rali é uma bomba-relógio

Publicado 21.06.2023, 16:13
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Investing.com - Os índices de ações, como Nasdaq, S&P500 e DAX, continuam a subir de forma constante, apesar de a Europa e os EUA estarem em crise econômicaAs taxas de juros são altas e a inflação leva a perdas na renda real, o que afeta negativamente a demanda.

Assim, deve-se presumir que as empresas enfrentarão perdas de lucros nos próximos trimestres, o que teoricamente deveria levar a uma correção dos mercados de ações. Na prática, entretanto, a situação é bem diferente. Mas por quê?

O motivo do aumento dos preços das ações, apesar da perspectiva sombria, é simples. Os mercados financeiros mudaram fundamentalmente nos últimos anos, como Larry McDonald descreveu em seu artigo recente.

No entanto, essa mudança não significa necessariamente que as coisas só vão melhorar. Em vez disso, significa que um crash pode surgir do nada devido às novas forças do mercado. Então, o que mudou?

Há uns vinte anos, os ativos administrados por fundos mútuos estavam na faixa de porcentagem de apenas um dígito. A crescente popularidade dessa forma passiva de investimento atingiu 24% há pouco mais de 10 anos, com US$ 2,2 trilhões em ativos sob gestão. O avanço triunfante dos ETFs fez com que a participação subisse para 50% atualmente, o que equivale a aproximadamente 11 trilhões de dólares.

Um total de 70% do volume diário de ações pode ser atribuído a investidores passivos, que são quase exclusivamente compradores e não negociadores.

Qualquer pessoa que já tenha analisado ETFs e fundos mútuos deve ter notado a enorme variedade de produtos diferentes que existem. O problema por trás dessas formas de investimento passivo, de acordo com McDonald, é que esses fundos não são gerenciados por seres humanos, mas por computadores. E o critério de decisão mais importante para a compra é a volatilidade.

Se a volatilidade cair, como tem sido o caso há meses, as ações são automaticamente compradas e os índices sobem. As previsões econômicas não desempenham nenhum papel nisso, são dinâmicas puramente orientadas por parâmetros.

McDonald observa que essa dinâmica é ampliada ainda mais pelo mercado de opções, criando o que ele chama de ciclo de feedback de autorreforço.

O mercado de opções passou por uma grande inovação no início de 2022. Warrants que expiram no dia em que são liberados para negociação, chamados de opções de dia zero até o vencimento (0DTE), ou dailies.

De acordo com o Goldman Sachs (NYSE:GS), esse novo produto agora responde por quase 50% do volume de opções do S&P.

O volume de opções atingiu a marca recorde de 10 trilhões de dólares. Nesse ponto, é importante observar que o mercado de opções atua de forma contrária ao mercado de ações. Se os mercados sobem, os operadores de opções vendem; se os preços caem, eles compram.

É exatamente esse mecanismo que faz com que tanto a volatilidade implícita quanto a realizada caiam, resultando em um claro sinal de compra para os fundos gerenciados pelas máquinas.

Impulsionado pelos preços das ações artificialmente inflados, cada vez mais dinheiro flui para as ações, enquanto as notícias de novos níveis recordes atraem mais dinheiro novo. Como resultado, a volatilidade continua a cair, dando origem a novos sinais de compra, e assim por diante.

McDonald ressalta que isso cria um desequilíbrio significativo. No S&P 500, as 15 maiores ações já respondem por 36% do índice. No site Nasdaq 100, as 10 maiores ações representam 60% da capitalização total do mercado.

Portanto, pode-se concluir que os recentes ganhos de preço na Apple (NASDAQ:AAPL), Amazon (NASDAQ:AMZN), Microsoft (NASDAQ:MSFT), Google (NASDAQ:GOOGL), Nvidia (NASDAQ:NVDA), Meta (NASDAQ:META) e Tesla (NASDAQ:TSLA) não se devem necessariamente ao hype da IA e outras projeções futuras. Isso se deve ao fato de que grande parte do volume diário de compras é gerado por máquinas que foram instruídas a comprar quando a volatilidade é baixa.

Há também vários fundos mútuos de grande porte que, mais ou menos inadvertidamente, estão provocando a alta dos preços, como explica McDonald. O JPMorgan (NYSE:JPM) administra o Hedged Equity Fund (JHEQX), um fundo de US$ 15 bilhões que investe no S&P. Esse fundo é protegido com opções em ambas as direções.

A cada trimestre, as posições precisam ser ajustadas. A próxima vez que isso ocorrerá será em 30 de junho, quando o JPMorgan recomprará 40.000 opções de compra de junho para vender simultaneamente opções de compra para 29 de setembro (cerca de 5% acima do preço do S&P).

Até lá, um movimento perfeitamente normal. Mas o interesse aberto nessa opção de compra passou de US$ 800.000 para US$ 17 bilhões em um dia e agora chegou a US$ 25 bilhões. E por quê? Porque os especuladores sabem que o JPMorgan terá de recomprar, não importa o preço.

McDonald tem certeza de que esse não é o único fundo que está sendo perseguido pelos especuladores.

Em última análise, tudo isso leva à ilusão de que os mercados de ações sobem mesmo sob as condições mais adversas. Isso se deve simplesmente ao fato de que a medida das coisas é a volatilidade e os riscos de mercado são avaliados de forma errônea, de modo que as posições compradas aumentam contra toda a razão.

Em seu artigo, McDonald alerta sobre um flash crash, como aconteceu em 2018. Quase do nada, o S&P caiu 11% em um único dia.

Um evento que poderia acontecer novamente a qualquer momento. Com o volume agora extremamente automatizado, o risco de um efeito dominó aumentou significativamente, o que significa que pode ocorrer um crash completo do mercado.

E quando isso acontecer, os fundos de hedge e outros participantes profissionais do mercado já terão saído há muito tempo, enquanto o investidor privado estará ocupado tentando entender o que está acontecendo.

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