Uma segunda onda de contágio do novo coronavírus elevou a aversão ao risco e está levando a um número cada vez maior de candidatas a abertura de capital a colocarem seus planos na gaveta. A Pacaembu Construtora, que precificaria nesta sexta-feira sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) depois de ter postergado por uma vez a conclusão da operação, suspendeu a transação, conforme anunciou na noite de quinta-feira, alegando deterioração das condições do mercado.
A rede de supermercados Companhia Sulamaricana de Distribuição (CDS), por sua vez, tirou seu prospecto da oferta da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seguindo o movimento de outras empresas. O e-commerce Wine, que fixaria o preço da ação na próxima semana, suspendeu na quinta-feira sua oferta.
O movimento ocorre diante de um grande aumento da volatilidade do mercado ao longo das últimas semanas. Sem um novo pacote de estímulos nos Estados Unidos e a segunda onda do novo coronavírus na Europa, levando países como a França e Alemanha a anunciarem novas medidas de restrição da circulação, ajudaram a azedar de vez o humor dos investidores, que já vinham muito seletivos na hora de entrarem nas ofertas.
Na semana passada a varejista de moda esportiva Track & Field (SA:TFCO4) conseguiu fazer sua oferta, mas teve que reduzir em 13% o preço pretendido.
Entre as desistências estão a Havan, de Luciano Hang, por exemplo, que pode retomar no ano que vem.