Investing.com - As ações preferenciais da Petrobras (SA:PETR4) bateram hoje R$ 6,08 na mínima de mais de dez anos na bolsa brasileira. Os papéis da petroleira perdem hoje 2,5% às 13h30, com recuperação aos R$ 6,24.
O mercado pune a companhia após o nome do seu presidente, Aldemir Bendine, ser envolvido em suposto esquema de favorecimento de debêntures da OAS enquanto comandava o Banco do Brasil (SA:BBAS3). A informação foi divulgada hoje (7/1) pelo Estadão, que afirma que a Procuradoria Geral da União possui indícios contra o executivo.
De acordo com a notícia, Bendine apareceria em trocas de mensagens com o presidente da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, o Léo Pinheiro; Eduardo Cunha e outros dirigentes da empresa entre 2012 e 2014. Ele teria negociado a aquisição de R$ 500 milhões em debêntures.
Pesa também sobre os papéis da empresa a queda da cotação do petróleo, que hoje é negociado na casa dos US$ 33, com perdas de 0,4%.
Baixa desde a megacapitalização
A mínima de hoje representa uma queda de 77% desde a capitalização de US$ 140 bilhões realizada em setembro de 2010. Na ocasião, a União ampliou sua fatia na petroleira com a cessão à Petrobras de bilhões de barris de petróleo ainda não explorados.
A estratégia da operação era viabilizar a exploração do pré-sal brasileiro, cuja descoberta havia sido anunciada três anos antes. Hoje, o petróleo proveniente do pré-sal corresponde a quase um terço da produção do país.
Desde o início da operação Lava Jato, que arrastou a empresa para o centro das investigações com a prisão do ex-diretor Paulo Roberto Costa em março de 2014, a ação da empresa vem sendo penalizada pelo mercado. À época, o papel era negociado por cerca de R$ 14.
A petroleira também sofre com o gigantesco endividamento da casa de R$ 500 bilhões, multiplicado pelo forte aumento do dólar neste ano. A incapacidade de gerar recursos para novos investimentos fez com que a Petrobras interrompesse obras, cancelasse projetos e adiasse a produção de petróleo em diversos ativos offshore.