SÃO PAULO (Reuters) - A Petrobras (SA:PETR4) anunciou nesta sexta-feira que conversas com a Odebrecht para revisar o acordo de acionistas da Braskem (SA:BRKM5) evoluíram para uma reorganização societária com unificação das espécies de ações da petroquímica.
"Esses estudos, no entanto, ainda se encontram em fase preliminar", afirmou a Petrobras em comunicado.
Uma unificação das classes de ações votantes pode preparar a migração da empresa para o Novo Mercado, divisão de mais alta governança na B3 (SA:BVMF3). Vale e Suzano (SA:SUZB5) migraram para o segmento em 2017 após unificar suas classes de ações.
Segundo a petrolífera, a reorganização societária busca aprimorar a governança corporativa da Braskem e criar valor para todos os acionistas.
Nesta semana, o Itau BBA comentou que esperava reação muito positiva do mercado a possíveis soluções para a reestruturação da Braskem. "Acreditamos que a empresa garantiria assim uma reclassificação para níveis mais próximos dos concorrentes", disseram os analistas sobre o desconto das ações da companhia em relação a concorrentes.
Atualmente, a Odebrecht detém 50,1 por cento das ações com direito a voto da Braskem, enquanto a Petrobras detém 47 por cento das ações votantes da companhia.
O capital da Braskem é dividido em papéis ordinários (451,7 milhões), e preferenciais classe A (345 milhões) e B (578 mil).
No fim de 2017, a Odebrecht afirmara que pretendia manter a Braskem como parte de seus investimentos. O grupo foi forçado a vender ativos em meio ao escândalo gerado pelas investigações da operação Lava Jato.
A declaração da Petrobras ocorre após informações da imprensa de que a holandesa Lyondellbasell teria feito uma aproximação para comprar o controle da Braskem.
A ação PNA da Braskem encerrou esta sexta-feira em alta de 4,56 por cento, cotada a 50,71 reais. O Ibovespa subiu 0,3 por cento.
(Por Aluísio Alves)