Ibovespa fecha em queda pressionado por Petrobras, mas sobe em semana marcada por resultados corporativos
Os preços do petróleo fecharam em alta após apresentarem volatilidade ao longo do dia, entre notícia de estímulo econômico na China e o discurso hawkish do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell. No entanto, a commodity se desvalorizou no acumulado da semana, pressionada pelos contínuos sinais de enfraquecimento da demanda global.
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), o petróleo WTI para outubro fechou em alta de 0,98% (US$ 0,78), a US$ 79,83 o barril. O petróleo Brent para novembro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), fechou com ganhos de 1,24% (US$ 1,03), a US$ 83,95 o barril. Em relação à sexta-feira passada, 18, os contratos mais líquidos do WTI e do Brent perderam 1,02% e 1%, respectivamente.
Depois de uma semana marcada por temores quanto à desaceleração da China, o país asiático anunciou que estenderá até o fim de 2025 uma política de reembolso fiscal para compradores de moradias. O governo chinês também estuda implementar um corte de até 50% na tarifa atual sobre negociações domésticas no mercado acionário, para estimular as transações, segundo a Reuters.
A perspectiva de medidas que estimulam o consumo na maior importadora de commodities do mundo, no fim das contas, prevaleceu sobre as falas de Powell, que indicaram inclinação do Fed a manter taxas de juros restritivos por mais tempo, em um sinal pessimista para a demanda americana. Além disso, o Baker Hughes informou que o número de poços e plataformas de petróleo em atividade nos EUA caiu oito na semana, a 512.
No entanto, a alta nos preços hoje não foi suficiente para reverter as perdas desta que foi uma semana marcada pela cautela. "A recuperação incerta da China, as pressões inflacionárias em curso e os aumentos das taxas de juro a nível mundial atenuam a demanda de petróleo, compensando a valorização nos preços decorrentes dos cortes de produção da Arábia Saudita e da Rússia em agosto", comentou a Oxford Economics.
Analistas esperam, no entanto, que a manutenção dos cortes - ou até mesmo o anúncio de novos - deverá dar algum apoio à cotação da commodity. A CMC Markets, por exemplo, disse que a pressão sobre o petróleo "provavelmente será limitada, dada a perspectiva de novos cortes de produção por parte da Opep+ se os preços caírem demais".