Por Lawrence White e Anshuman Daga
LONDRES/CINGAPURA (Reuters) - A gigante chinesa de seguros Ping An (SZ:000001), maior acionista do HSBC (SA:H1SB34) (NYSE:HSBC), pediu o desmembramento do banco, disse uma fonte familiarizada com o assunto nesta sexta-feira.
A Ping An definiu um plano para o conselho do HSBC, de acordo com reportagens da mdia, também citando pessoas familiarizadas com o assunto.
A Ping An se recusou a comentar.
O HSBC não comentou o plano da Ping An, mas defendeu sua estratégia geral em um comunicado.
"Acreditamos que temos a estratégia certa e estamos focados em executá-la", disse um porta-voz do banco por e-mail.
O plano liberaria um maior valor para os acionistas do HSBC ao separar suas operações na Ásia, onde o banco faz a maior parte de suas receitas, disseram as reportagens.
O presidente-executivo Noel Quinn, que administra o HSBC há mais de dois anos, dobrou a aposta na Ásia ao transferir executivos globais para lá e investir bilhões de dólares no lucrativo negócio de gestão de patrimônio, com foco na região.
Alguns analistas já haviam pedido que o HSBC dividisse seus negócios globais, argumentando que o banco ganha a maior parte de seu dinheiro na Ásia e que sua rede global adiciona custos extras sem fornecer benefícios suficientes.
O HSBC tem enfrentado crescentes tensões políticas entre China, Europa e Estados Unidos. "Há algum sentido na proposta em um contexto político, mas o HSBC se beneficia de ter posição no Ocidente e na Ásia", disse John Cronin, analista da Goodbody.
A Reuters informou no ano passado que Pequim havia se desencantado com o HSBC por questões legais e políticas, desde a repressão chinesa em Hong Kong até a acusação dos EUA contra uma executiva da Huawei.
O HSBC obteve na Ásia 52% da receita total de 49,6 bilhões de dólares do ano passado e 65% de seu lucro antes de impostos, com Hong Kong sendo seu maior mercado.
A Ping An tinha 8,23% do gigante bancário em 11 de fevereiro, segundo dados da Refinitiv.
(Reportagem de Lawrence White e Anshuman Daga)