Boom das criptos: quais ações do setor podem surpreender na alta?
Investing.com – As bolsas norte-americanas chegaram a amenizar as perdas nesta segunda-feira, após relatos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria considerando suspender temporariamente seu pacote tarifário abrangente, em um alívio parcial depois de um início de semana bastante negativo em Wall Street.
Pouco tempo depois do rumor, entretanto, Trump foi ao seu perfil na rede Truth Social dizer que “não cederia” à queda dos mercados.
A Casa Branca também refutou a notícia de que o presidente norte-americano estaria considerando uma pausa de 90 dias nas novas tarifas. “Fake news”, disse a secretária de imprensa Karoline Leavitt à rede CNBC.
Às 11h45 de Brasília, o índice Dow Jones recuava 888 pontos, ou 2,22%, o S&P 500 caía 87 pontos, ou 1,77%, enquanto o Nasdaq Composite recuava 226 pontos, ou 1,42%.
Trump cogita pausa nas tarifas?
Um certo otimismo tomou conta dos mercados após o blog financeiro Zero Hedge divulgar que Trump estaria avaliando uma suspensão de 90 dias nas tarifas de importação para todos os países — com exceção da China.
Os índices abriram em forte queda nesta segunda, dando continuidade ao movimento de liquidação da semana anterior, quando o S&P 500 perdeu mais de 10% e aproximadamente US$ 5 trilhões em valor de mercado, marcando a maior correção em dois dias desde março de 2020, início da pandemia da covid-19.
Apesar disso, no domingo, Trump reiterou que suas novas tarifas são o único caminho para corrigir os grandes déficits comerciais com a China e a União Europeia. Disse ainda que as tarifas permanecerão em vigor, que os investidores devem suportar as consequências, e que só voltará a negociar com Pequim após o reequilíbrio da balança comercial.
O novo pacote tarifário, com alíquota universal de 10% sobre todas as importações, entrou em vigor em 5 de abril. Tarifas adicionais e mais elevadas sobre parceiros comerciais relevantes — incluindo China, Vietnã, Japão e União Europeia — estão previstas para entrar em vigor no dia 9.
Em resposta, a China impôs tarifas equivalentes de 34% sobre produtos dos EUA, intensificando ainda mais o conflito comercial.
A União Europeia, por sua vez, trabalha para consolidar uma posição comum entre seus membros, o que pode resultar em novas medidas retaliatórias.
Esses desdobramentos aumentaram os temores de uma guerra comercial global, com impactos relevantes sobre o comércio internacional e a estabilidade econômica.
O Goldman Sachs (NYSE:GS) elevou no domingo sua projeção de recessão nos EUA em 2025 de 35% para 45%, após já ter revisado esse risco na semana anterior. O JPMorgan (NYSE:JPM), por sua vez, subiu sua estimativa de recessão global este ano de 40% para 60%.
Índice de volatilidade dispara
O sentimento de aversão ao risco é evidente. O índice de volatilidade CBOE (VIX), principal termômetro do humor do mercado, chegou a ultrapassar 60 pontos no intraday — seu nível mais alto desde agosto do ano passado. Posteriormente, devolveu parte dos ganhos, mas ainda operava próximo de 50 pontos.
A curva futura do VIX sofreu forte inversão, sinalizando estresse acentuado no curto prazo e aumento expressivo na demanda por proteção. A diferença entre os contratos de curto e longo prazo atingiu níveis não vistos desde o auge da crise da COVID-19, segundo dados da Bloomberg.
Com os investidores precificando um choque econômico mais profundo, o mercado já embute a expectativa de cinco cortes de juros pelo Fed até o fim de 2025. Os rendimentos dos Treasuries recuaram de forma acentuada, com a procura por segurança ganhando tração diante da perspectiva de desaceleração.
Gigantes de tecnologia lideram as perdas
As chamadas megacaps, como Apple (NASDAQ:AAPL), Nvidia (NASDAQ:NVDA) e Amazon (NASDAQ:AMZN), seguem entre os papéis mais penalizados. Tesla (NASDAQ:TSLA) também recuava, assim como a Caterpillar (NYSE:CAT), importante fornecedora global de equipamentos de construção.
Petróleo se recupera após mínimas de quatro anos
Os preços do petróleo caíram nesta segunda-feira, mas se recuperaram após atingirem mínimas em quatro anos, com rumores sobre uma possível pausa nas tarifas reduzindo os temores de recessão global e de queda na demanda pela commodity.
Ambos os contratos acumulam perdas superiores a 10% na última semana e chegaram aos menores níveis desde abril de 2021 no início do pregão, à medida que a China — maior importadora global de petróleo bruto — intensificou suas tarifas sobre produtos dos EUA, enquanto a União Europeia se prepara para adotar medidas semelhantes ainda nesta semana.
O sentimento no mercado de petróleo também foi afetado por notícias de que diversos países membros da Opep+, grupo que reúne a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados liderados pela Rússia, planejam acelerar o aumento da produção.