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MOSCOU (Reuters) - A Rússia começou a restringir algumas chamadas do Telegram e do WhatsApp, acusando as plataformas de propriedade estrangeira de não compartilharem informações com as autoridades policiais em casos de fraude e terrorismo, disse o Ministério do Desenvolvimento Digital na quarta-feira.
A Rússia tem entrado em conflito com plataformas de tecnologia estrangeiras há vários anos sobre conteúdo e armazenamento de dados em uma disputa latente que se intensificou após a invasão da Ucrânia por Moscou em fevereiro de 2022, com críticos argumentando que a Rússia está tentando expandir seu controle sobre o espaço da internet do país.
O presidente Vladimir Putin autorizou o desenvolvimento de um aplicativo de mensagens apoiado pelo Estado e integrado aos serviços do governo, uma vez que Moscou busca estabelecer o que chama de soberania digital, promovendo serviços desenvolvidos internamente e reduzindo sua dependência de plataformas como WhatsApp e Telegram.
"Para combater os criminosos... estão sendo tomadas medidas para restringir parcialmente as chamadas nesses aplicativos de mensagens estrangeiros", disse a agência de notícias Interfax, citando o regulador de comunicações Roskomnadzor. "Nenhuma outra restrição foi imposta à sua funcionalidade."
A Meta Platforms, proprietária do WhatsApp, e o Telegram não responderam imediatamente a pedidos de comentários.
Repórteres da Reuters verificaram as restrições, observando que as chamadas de voz no Telegram mal estavam funcionando desde 11 de agosto e que as chamadas do WhatsApp haviam sido impossibilitadas devido ao som intermitente.
O Ministério do Desenvolvimento Digital disse que o Telegram e o WhatsApp ignoraram repetidas solicitações para tomar medidas para impedir que suas plataformas fossem usadas para atividades como fraude e terrorismo.
As medidas de bloqueio, que se estendem apenas a chamadas, serão suspensas se as plataformas cumprirem a lei russa, disse o ministério.
Isso inclui a abertura de entidades jurídicas na Rússia, o cumprimento incondicional de todas as leis russas e a cooperação com a Roskomnadzor e as autoridades policiais, disse Anton Gorelkin, vice-chefe do Comitê de Tecnologia da Informação da câmara baixa do Parlamento.
A Meta foi classificada como uma organização "extremista" por Moscou em 2022, mas o WhatsApp, amplamente utilizado na Rússia, foi autorizado a permanecer. O aplicativo recebeu algumas penalidades por não remover informações proibidas pela Rússia.
(Reportagem da Redação de Moscou)