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Seca no Brasil afeta vendas de fertilizantes para milho 2ª safra

Publicado 18.12.2023, 11:40
© Reuters. Trator em lavoura perto de Brasília
15/02/2022
REUTERS/Adriano Machado/Archivo

Por Rod Nickel e Ana Mano e Sourasis Bose

SÃO PAULO (Reuters) - A seca no Brasil está atrasando a compra de fertilizantes para o plantio do milho segunda safra, o que prejudica as vendas de fornecedores globais de adubos no país, que é o maior exportador do cereal do mundo e um importante mercado para as empresas, disseram executivos à Reuters.

A situação é reflexo de demoras no plantio da soja, que precede a semeadura do chamado milho safrinha e que pode adiar ou levar parte dos produtores a desistir de cultivá-lo no início do próximo ano.

Isso provavelmente afetará empresas de fertilizantes como a Nutrien, a Mosaic e a Yara, já que a cultura do cereal é uma das que mais consomem adubos.

A seca, relacionada ao fenômeno climático El Niño, ilustra a volatilidade que a agricultura global enfrenta com a aceleração das mudanças climáticas. As empresas de fertilizantes já estão lidando com lucros menores, uma vez que os preços das commodities agrícolas e dos adubos caíram após o pico do início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia.

Os produtores brasileiros geralmente plantam menos milho quando percebem que vão perder a janela ideal de plantio, em janeiro ou fevereiro, o que diminui a demanda por adubos.

A Mosaic, produtora de fertilizantes sediada nos EUA, espera que a produção de milho safrinha caia 12%, ou 12,7 milhões de toneladas, superando a visão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de uma queda de 11,1 milhões de toneladas em relação ao ano passado.

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"Eu diria que é um cenário de queda muito plausível, devido ao atraso da safra, à seca atual e à probabilidade de as chuvas cessarem antes que o milho safrinha amadureça", disse Andy Jung, vice-presidente de análise estratégica e de mercado da Mosaic.

A estimativa da Mosaic de queda na safra reduziria a demanda brasileira por fertilizantes potássicos em cerca de 4%, ou 500.000 toneladas, disse Jung. Esse volume de potássio vale cerca de 160 milhões de dólares aos preços atuais.

Uma perda de vendas nessa escala não seria financeiramente relevante, pois a Mosaic poderia fornecer adubos para outros países, disse Jung. No entanto, na pior das hipóteses, a colheita de milho safrinha cairia em 25 milhões de toneladas, ou cerca de um quarto, acrescentou.

Até o início de dezembro, os produtores haviam comprado apenas 60% de suas necessidades estimadas de fertilizantes nos Estados produtores de milho do Paraná e Mato Grosso do Sul, em comparação com 80% normalmente nessa época do ano, disse Guilherme Schmitz, diretor de desenvolvimento de mercado da unidade brasileira da Yara, sediada em Oslo.

O milho safrinha representa cerca de 75% da produção nacional de milho do Brasil, dependendo do ano.

"A combinação de preços baixos da safra e a incerteza sobre o clima fazem com que os produtores realmente comprem apenas na hora da necessidade seus insumos para a safrinha", disse Jason Newton, economista-chefe da empresa canadense de fertilizantes Nutrien.

Os preços brasileiros do potássio caíram para cerca de 325 dólares por tonelada, uma queda de 36% em relação ao ano anterior, de acordo com a RBC, o que ilustra a fraca demanda.

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No entanto, espera-se que as importações brasileiras de potássio para o ano inteiro sejam recordes, com base em remessas robustas anteriores, embora algumas dessas importações possam ficar nos armazéns dos varejistas se os agricultores comprarem menos.

Ainda que executivos da indústria tenham apontado um atraso nas vendas de fertilizantes para a próxima safra de milho, as entregas de adubos aos agricultores no país acumulam um aumento de mais de 10% entre janeiro e setembro, com produtores reforçando a nutrição do solo após as aplicações despencarem no ano passado, quando os preços recordes de adubos limitaram as compras.

OUTROS INSUMOS

A seca também forçou os produtores de produtos químicos agrícolas FMC e Corteva a venderem seus estoques no Brasil com desconto devido à demanda menor do que a esperada, disse o analista da Morningstar, Seth Goldstein.

As duas empresas podem precisar reduzir a produção, já que o aumento da demanda global por produtos químicos pode não compensar totalmente a perda de vendas no Brasil, disse ele.

"Sem dúvida (a seca) poderia trazer uma redução no uso de tecnologia, incluindo fertilizantes, e uma redução nos custos para viabilizar a colheita", disse Fernando Cadore, presidente da Aprosoja em Mato Grosso.

A FMC e a Corteva não responderam aos pedidos de comentários.

A redução da produção de milho brasileira poderia reavivar os preços globais e estimular os agricultores americanos no próximo ano a comprar mais fertilizantes para maximizar sua produção do cereal, compensando a perda de vendas no Brasil, disse Jung, da Mosaic.

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Entretanto, as previsões iniciais sugerem que os agricultores dos EUA priorizarão o plantio de soja, uma cultura que precisa de relativamente pouco fertilizante.

(Reportagem de Rod Nickel em Winnipeg, Manitoba, Ana Mano em São Paulo e Sourasis Bose em Bengaluru)

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