Por Brenda Goh e Pei Li
XANGAI (Reuters) - A Starbucks está fazendo uma parceria com o grupo Alibaba para entregar seu café nas cidades chinesas a partir do terceiro trimestre, apostando que a medida revitalizará o crescimento das vendas em seu segundo maior mercado, que está enfrentando uma agressiva competição local.
A Starbucks sinalizou em junho que estava buscando parceria deste tipo depois de relatar uma desaceleração repentina no crescimento das vendas na China. A cadeia de cafés norte-americana culpou parcialmente a repressão a empresas terceirizadas de entrega que vinham ajudando a impulsionar as vendas em suas lojas.
"Eu considero que esta parceria estratégica ... será um impulso muito grande para o crescimento da Starbucks e expansão contínua na China", disse o presidente-executivo da Starbucks, Kevin Johnson, a repórteres em Xangai na quinta-feira.
A empresa, sediada em Seattle, vai testar serviços de entrega de 150 lojas Starbucks em Pequim e Xangai e planeja expandir o serviço para mais de 2 mil lojas em 30 cidades até o final do ano, disseram em comunicado conjunto da Starbucks e Alibaba.
A Starbucks espera começar a ver alguns dos benefícios da parceria no próximo trimestre, com impacto total em 2019, disse Johnson.
A parceria prevê a colaboração de várias empresas do grupo Alibaba, incluindo a plataforma de entrega Ele.me, a rede de supermercados Hema, os varejistas online Tmall e Taobao e a plataforma de pagamento móvel e online Alipay. A Starbucks também abrirá uma loja virtual nas plataformas da Alibaba, onde os clientes poderão comprar mercadorias da Starbucks, disseram as empresas.
O programa de entrega vai utilizar os 3 milhões de entregadores registrados da Ele.me, com o objetivo de entregar pedidos dentro de meia hora. A rede de cafeterias estabelecerá uma "Starbucks Delivery Kitchens" dentro das lojas Hema e usará o sistema de entrega do supermercado para atender aos pedidos de entrega da Starbucks.
A Starbucks não tinha entrega online formal na China antes do acordo.
A companhia informou que o menu de entrega conterá apenas itens que podem cumprir prazo de meia hora, mas não especificou se vai cobrar pelas entregas. Seu programa piloto de entrega em Manhattan e Seattle alguns anos atrás fracassou em parte porque cobrava demais: 5,99 dólares por entrega.
A Luckin Coffee, uma startup local que quer concorrer de igual para igual com a Starbucks, cobra menos de 1 dólar por pedido e disse que suas entregas levam, em média, 18 minutos.
A Starbucks e a Alibaba não deram detalhes financeiros da parceria e se recusaram a dizer se as empresas discutiram a possibilidade de assumir participações acionárias uma na outra.