SÃO PAULO (Reuters) - A Suzano Papel e Celulose (SA:SUZB5) teve forte queda trimestral no resultado líquido entre julho e setembro, em um resultado impactado por variação cambial e pela queda nos preços da celulose, que também afetou rivais no país.
A empresa teve lucro líquido de 53 milhões de reais no terceiro trimestre depois de um resultado positivo três meses antes de 954 milhões de reais. Mas o desempenho conseguiu reverter o prejuízo de 959 milhões sofrido entre julho e setembro de 2015.
Na semana passada, a rival Eldorado Brasil divulgou lucro de 11 milhões de reais para o terceiro trimestre, ante resultado positivo um ano antes de 334 milhões. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) teve queda de 43 por cento.
Na Suzano, a queda do Ebitda na comparação anual foi de 48 por cento, a 767 milhões de reais em termos ajustados.
"O resultado do segmento de celulose continuou sentindo as consequências de fatores exógenos (pressão no preço da celulose e apreciação do real ante o dólar)", afirmou a Suzano no balanço, acrescentando que elevou seus preços para a China para 530 dólares a tonelada a partir deste mês, repetindo estratégia de aumento das rivais Fibria (SA:FIBR3) e Eldorado, que elevaram seus preços em 20 dólares.
A Suzano teve quedas de 17 por cento nas vendas de celulose entre o segundo e terceiros trimestres deste ano e de 15 por cento no comparativo anual, apesar de um ambiente, segundo a empresa, de demanda saudável pelo insumo. A companhia afirmou que as quedas ocorreram em função de cronograma de paradas programadas para manutenção e menor ritmo de produção em Imperatriz (MA) diante de investimentos para eliminação de gargalos.
Na área de papel, a companhia teve alta de 5 por cento nas vendas entre o final de junho e fim de setembro, mas na comparação com o terceiro trimestre do ano passado houve queda de 7,5 por cento, pressionada por queda nas exportações. A empresa afirmou que o preço líquido da tonelada do papel vendida no Brasil subiu 13,6 por cento sobre o terceiro trimestre do ano passado, a 3.179 reais.
A Suzano terminou o terceiro trimestre com uma relação dívida líquida sobre Ebitda ajustado de 2,4 vezes ante 3 vezes no final de setembro do ano passado e 2,1 vezes no segundo trimestre deste ano. No balanço, a companhia afirmou que "não iremos abrir mão da disciplina financeira".
(Por Alberto Alerigi Jr.)