Taxas curtas dos DIs fecham perto da estabilidade com IPCA ainda pressionado; longas caem

Publicado 09.05.2025, 17:04
Atualizado 09.05.2025, 17:05
© Reuters. Notas de 200 reaisn02/09/2020. REUTERS/Adriano Machado

Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - As taxas dos DIs de curto prazo fecharam próximas da estabilidade nesta sexta-feira, enquanto as longas cederam, dando continuidade ao movimento visto na véspera após decisão do Banco Central sobre a Selic, em uma sessão marcada ainda pelo IPCA de abril pressionado.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2026 -- um dos mais líquidos no curto prazo -- estava em 14,79%, em alta de 1 ponto-base ante o ajuste de 14,782% da sessão anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 marcava 13,99%, ante o ajuste de 13,972%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 13,51%, em baixa de 7 pontos-base ante 13,58% do ajuste anterior, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 13,57%, ante 13,635%.

No início do dia o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a inflação oficial medida pelo IPCA foi de 0,43% em abril, abaixo do 0,56% de março. Apesar da desaceleração, a taxa acumulada em 12 meses chegou a 5,53% em abril, ante 5,48% em março e bem acima da meta contínua perseguida pelo BC, de 3%.

A abertura do indicador também trouxe itens desfavoráveis. A média dos núcleos de inflação ficou em 0,50% em abril, acima da projeção de 0,44%, conforme cálculos do banco Bmg. Serviços subjacentes avançaram 0,61%, ante projeção de 0,52% do Bmg.

Em reação, algumas taxas futuras atingiram as máximas no início do dia. Às 9h21 – ainda na primeira meia hora de negócios – a taxa do DI para janeiro de 2027 marcou a máxima de 14,03%, em alta de 6 pontos-base ante o ajuste da véspera.

No restante da manhã as taxas desaceleraram e na ponta longa da curva migraram para o território negativo. Operador ouvido pela Reuters pontuou que o movimento refletiu a continuidade dos ajustes pós-Copom, vistos também na quinta-feira, com as taxas curtas sustentando leves ganhos e as longas cedendo, em meio à leitura de que aumentaram as chances de o BC, em um momento posterior ao fim do atual ciclo de alta, iniciar o processo de cortes da taxa básica Selic.

Na quarta, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou em 50 pontos-base a Selic, para 14,75% ao ano, mantendo as opções para o encontro de junho, segundo leitura do mercado, entre manutenção ou alta de 25 pontos-base.

No fim da tarde desta sexta-feira a curva a termo precificava 75% de chance de manutenção da Selic em junho, contra 35% de probabilidade de elevação de 25 pontos-base.

No mercado de opções de Copom da B3 (BVMF:B3SA3), a precificação na quinta-feira -- atualização mais recente, já após a decisão do Copom -- era de 56,50% de probabilidade de manutenção da Selic, 36,50% de chances de alta de 25 pontos-base e 5,25% de possibilidade de elevação de 50 pontos-base.

No exterior, os rendimentos dos Treasuries exibiam variações contidas no fim da tarde, em meio à expectativa do mercado para as negociações comerciais entre Estados Unidos e China, no fim de semana.

Antes das negociações, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse nesta sexta-feira que uma tarifa de 80% sobre os produtos chineses "parece correta", fazendo sua primeira sugestão de uma alternativa específica às taxas de 145% que ele impôs ao país asiático.

Às 16h48, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 1 ponto-base, a 4,382%, enquanto o retorno do título de dois anos -- que reflete apostas para os rumos das taxas de juros de curto prazo -- tinha queda de 1 ponto-base, a 3,885%.

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