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Taxas futuras de juros caem em dia positivo para emergentes e de confirmação de cortes de gastos no Brasil

Publicado 22.07.2024, 16:53
© Reuters. Moedas de 1 realn15/10/2010nREUTERS/Bruno Domingos
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Por Fabricio de Castro

SÃO PAULO (Reuters) - Após o avanço firme na última semana, as taxas dos DIs fecharam a segunda-feira em baixa no Brasil, com profissionais do mercado citando como motivos para o movimento uma melhora do ambiente global para ativos emergentes e uma reação, ainda que tardia, ao congelamento de gastos anunciado pelo governo na última quinta-feira.

Declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendendo cortes no Orçamento “sempre que precisar” corroboraram a redução de prêmios.

No fim da tarde a taxa do DI (Depósito Interfinanceiro) para janeiro de 2025 -- que reflete a política monetária no curtíssimo prazo -- estava em 10,655%, ante 10,679% do ajuste anterior. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 estava em 11,39%, ante 11,439% do ajuste anterior, enquanto a taxa para janeiro de 2027 estava em 11,63%, ante 11,696%.

Entre os contratos mais longos, a taxa para janeiro de 2031 estava em 12,01%, ante 12,112%, e o contrato para janeiro de 2033 tinha taxa de 12,02%, ante 12,126%.

Na última sexta-feira as taxas dos DIs haviam avançado a despeito de, na véspera, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, ter anunciado o congelamento de 15 bilhões de reais do Orçamento de 2024.

Nesta segunda-feira, porém, as taxas futuras se descolaram da alta dos rendimentos dos Treasuries e foram para o território negativo ainda pela manhã, o que para alguns profissionais representou uma reação “atrasada” ao anúncio de quinta-feira.

“Acho que o mercado doméstico descolou (do exterior). (Ele) não aliviou tanto na sexta, com a antecipação dos cortes, e hoje está melhorando”, comentou o economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano.

O anúncio de congelamento na quinta-feira foi uma antecipação do Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, divulgado na tarde desta segunda-feira.

Os ministérios do Planejamento e da Fazenda confirmaram nesta segunda-feira a necessidade de uma contenção de 15 bilhões de reais em verbas de ministérios para levar a projeção de déficit primário do governo central em 2024 a 28,8 bilhões de reais, exatamente o limite inferior da margem de tolerância da meta de déficit zero.

Pouco depois do meio-dia, antes mesmo do relatório, Lula reforçou o discurso do governo de defesa do equilíbrio fiscal. Em entrevista a jornalistas de agências internacionais, ele afirmou que o governo fará o congelamento de despesas orçamentárias sempre que necessário e disse que traz a questão da responsabilidade fiscal nas "entranhas". "Sempre que precisar bloquear nós vamos bloquear", afirmou.

O dia também foi de baixa firme do dólar ante o real, em um ambiente global mais favorável para as divisas de países emergentes, o que contribuiu para a retirada de prêmios na curva a termo brasileira.

Perto do fechamento a curva precificava 89% de chances de manutenção da taxa básica Selic em 10,50% ao ano no fim deste mês e 11% de possibilidade de alta de 25 pontos-base. Na sexta-feira os percentuais eram de 85% e 15%, respectivamente.

Pela manhã, o relatório Focus do Banco Central mostrou que a mediana das projeções do mercado para a inflação em 2024 foi de 4,00% para 4,05% -- ainda mais distante do centro da meta, de 3%. No caso de 2025, permaneceu em 3,90%.

A desistência do presidente Joe Biden da corrida eleitoral dos EUA também esteve no radar, mas os efeitos sobre a curva brasileira não foram claros.

“Parecia iminente esta desistência de Joe Biden. Era uma questão de tempo”, comentou o gerente da mesa de Derivativos Financeiros da Commcor DTVM, Cleber Alessie Machado. “Então, não é exatamente uma surpresa para o mercado”, acrescentou.

Sem Biden na disputa, os efeitos para o Brasil do desfecho da eleição norte-americana também são difíceis de estimar.

© Reuters. Moedas de 1 real
15/10/2010
REUTERS/Bruno Domingos

“Em termos fiscais, os dois partidos americanos têm adotado posturas bem similares nos últimos anos, dando menor importância para a responsabilidade fiscal. A diferença tem sido no instrumento utilizado: os Republicanos sob Trump preferem diminuição de impostos enquanto os Democratas sob Biden preferiam aumento de gastos”, disse Rafael Yamano, economista da SulAmérica Investimentos, em análise enviada a clientes.

“A irresponsabilidade fiscal americana resulta em aumento de juros futuros e da inclinação da curva (aumento maior nos prazos mais longos), o que costuma ser ruim para mercados emergentes, como o Brasil”, acrescentou.

Às 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos -- referência global para decisões de investimento -- subia 2 pontos-base, a 4,256%.

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