As taxas de juros negociadas no mercado futuro operam em alta desde a abertura nesta segunda-feira, 17, em sintonia com o mau humor no mercado internacional e as preocupações com o quadro fiscal brasileiro. Nesta semana, o evento econômico mais esperado é a decisão de política monetária do Banco Central, na quarta-feira.
As apostas do mercado são de manutenção da taxa Selic nos atuais 10,50%, com decisão unânime entre os diretores do BC - algo visto como primordial no mercado, sob risco de criação de novos ruídos e mais volatilidade no mercado.
Na seara fiscal, há forte expectativa de que o governo anuncie medidas concretas para redução de despesas, depois que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e a ministra do Planejamento, Simone Tebet, acenaram com uma ampla revisão de gastos públicos. Nesta segunda-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva se encontra com ministros da área econômica para discutir o assunto.
"O mercado vem de dois dias de queda, realizando um pouco de lucros enquanto o governo sinalizava com corte de gastos. O problema é que não há muito espaço para isso, dada a alta vinculação de despesas obrigatórias. Então hoje o mercado volta ao normal, retomando posições mais compradoras", disse o estrategista-chefe da JF Trust, Eduardo Velho.
Segundo ele, a boa notícia possível nesta semana para o mercado seria uma decisão unânime do Copom, que melhoraria a reputação do BC e reduziria a volatilidade nos negócios.
Às 11h42, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 tinha taxa de 10,690%, ante 10,65% do ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2026 projetava 11,29% ante 11,19% do ajuste anterior. E o DI para janeiro de 2027 tinha taxa de 11,61%, de 11,51%.