Por Jessica Bahia Melo
Investing.com - Mercados asiáticos pressionados e novos ajustes das commodities, principalmente no minério de ferro, afetam as ações da mineradora Vale (BVMF:VALE3). Nesta quinta-feira, 27, as os papéis lideram as baixas do Ibovespa, com recuo de 4,52%, a R$ 70,21 às 13h12.
As ações vem oscilando durante a semana, com quedas na segunda, terça e hoje. Ontem, as ações subiram 2,22%, fechando o pregão a R$ 73,53.
No dia 27 de setembro, os futuros do minério de ferro refinado 62% estavam cotados a US$ 98,71. Em 27 de agosto, US$ 105,49. Ontem, fecharam a US$93,56.
“A Vale vem sofrendo principalmente devido à instabilidade no mercado chinês. Com desvalorizações contínuas no minério de ferro e expectativa negativa para o crescimento chinês, devido à política rígida de lockdowns contra a covid-19 e uma seca forte que está afetando produção e a matriz energética, isso afeta a estimativa de minério de ferro da China”, afirma Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora, lembrando que a China atrasou a divulgação do Produto Interno Bruto (PIB), causando incertezas nos mercados.
Ilan Arbetman, analista de research da Ativa Investimentos, concorda que a cotação está refletindo as baixas nas cotações do minério de ferro. "Existe uma preocupação com oferta e demanda, então vimos os papéis absorverem essa cautela", completa.
O que esperar do balanço
A Vale reporta resultados referentes ao terceiro trimestre deste ano nesta quinta-feira, após o fechamento do mercado. O banco BTG (BVMF:BPAC11) espera receita líquida de R$10,005 bilhões, EBITDA de R$4,599 bi e lucro líquido de R$2,620 bilhões. O consenso é de uma receita líquida de R$10,895 bi, EBITDA de R$5,150 bi e lucro líquido de R$3,043 bilhões. As projeções do InvestingPro indicam LPA estimado em 0,65 e receita de R$10,16 bilhões.
No último relatório operacional de produção e vendas referente ao mesmo período, a companhia apontou que a produção de minério de ferro aumentou 21% na comparação trimestral, para 89,7 mil toneladas métricas, o que reflete o período seco no Sistema Norte e maiores compras de minério de terceiros e produção no Sistema Sul. Ainda conforme o documento, as vendas de finos e pelotas de minério de ferro aumentaram 6,0% na mesma comparação, para 77,6 Mt. Segundo a Vale, a “diferença usual entre produção e vendas no 3T foi resultado dos estoques em trânsito ao longo da cadeia, que a Vale espera reverter no próximo trimestre, a depender das condições de mercado”.
Rating
Nesta quarta-feira, a Moody's reafirmou o rating Baa3 para a companhia, com perspectiva estável. De acordo com a agência de classificação de risco, avaliação está relacionada ao forte perfil de negócios e a capacidade de retomar as operações sob controles de risco e segurança mais rígidos depois do desastre com o rompimento da barragem em Brumadinho.
A Moody’s ainda reforça que o forte perfil de produção da Vale, seu portfólio de ativos de vida longa (em minério de ferro, níquel e cobre), posição de baixo custo e forte balanço patrimonial foram fatores que colaboraram com o rating da companhia.