Por Tatiana Bautzer e Guillermo Parra-Bernal
RIO DE JANEIRO (Reuters) - O plano da mineradora Vale (SA:VALE5) de se desfazer de suas unidades de fertilizantes continua encaminhado apesar de um pedido feito na última semana pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para analisar a transação com mais cuidado, segundo duas fontes com conhecimento direto do tema.
Os termos do acordo, que envolvem a venda de certos ativos para a norte-americana Mosaic, não devem ter alterações significativas, disse uma das pessoas, que pediu anonimato para poder falar abertamente sobre o tema.
O BNDES adiou o voto sobre o acordo durante uma reunião de Conselho de Administração da Vale na última quinta-feira, disse a primeira pessoa familiarizada com o tema. Sem dizer como havia obtido a informação, o colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", reportou naquele dia que o BNDES havia adiado o voto sobre a transação para o dia 20 de outubro.
Uma das fontes disse que a Mosaic poderia pagar cerca de 3,6 bilhões de dólares por alguns dos ativos de fertilizantes da Vale.
Outras operações dentro da unidade de fertilizantes da Vale estão sendo negociadas com a norueguesa Yara International, disse a primeira fonte, sem dar mais detalhes.
Tanto a Vale quanto o BNDES, com sede no Rio de Janeiro, não quiseram comentar, bem como a Mosaic. A Yara disse que não comenta especulações de mercado.
A Reuters reportou primeiro que a Mosaic tinha interesse nos ativos de fertilizantes da Vale em 17 de junho.
A transação ressalta como o Brasil, quinto maior consumidor de fertilizantes do mundo, continua um importante ponto de crescimento para produtores de fertilizantes e fosfatos.
A Vale estima que a demanda para os produtos na maior economia da América Latina deve crescer duas vezes mais rápido que a demanda global de fertilizantes ao longo da próxima década.
A Vale, maior produtora do mundo de minério de ferro, está se desfazendo de diversos ativos para atingir a meta de reduzir a sua dívida em 10 bilhões de dólares até o próximo ano.
A Vale possui ativos de fertilizantes no Canadá, Brasil, Peru, Argentina e Moçambique.
(Por Tatiana Bautzer e Guillermo Parra-Bernal; reportagem adicional de Rod Nickel)