Vibra não vê problemas de abastecimento caso não possa importar diesel russo, diz CEO

Publicado 12.08.2025, 11:20
Atualizado 12.08.2025, 12:30
© Reuters. Bomba de combustível em posto de gasolina em Brasílian07/03/2022nREUTERS/Adriano Machado

Por Marta Nogueira

RIO DE JANEIRO (Reuters) - A Vibra Energia (BVMF:VBBR3) não vê problemas para abastecimento caso não seja mais possível importar diesel da Rússia, pois faz importações primordialmente do Golfo do México e tem acesso a outras fontes, como no Oriente Médio, afirmou nesta terça-feira o presidente da companhia, Ernesto Pousada.

"A gente tem atuado no Golfo americano, Golfo do México... Temos trabalhado bastante, já há muitos anos lá. Não vejo problema de abastecimento nenhum", afirmou o executivo, em videoconferência com analistas de mercado sobre os resultados do segundo trimestre.

O diesel russo tem dominado há tempos as importações brasileiras, já que vem com descontos em relação ao preço internacional, devido às sanções ocidentais pela guerra na Ucrânia.

Ele respondia perguntas sobre eventuais sanções e tarifas adicionais do governo de Donald Trump a importadores que negociam com a Rússia.

Pousada adicionou ainda que a Petrobras (BVMF:PETR4) é o fornecedor preferencial da Vibra.

"A maior parte das nossas aquisições acaba vindo através da Petrobras, então, para nós, estruturalmente, isso pode vir a ser positivo, dado o nosso foco e a nossa parceria com a Petrobras.

MARCA PETROBRAS

Pousada também foi questionado sobre seu posicionamento diante do interesse da Petrobras de voltar ao segmento de distribuição, inclusive com a busca de realizar vendas diretas de combustíveis para grandes consumidores. Mas o executivo evitou comentar sobre movimentos da petroleira.

Executivos da Petrobras em declarações recentes se queixaram de a empresa ter perdido o contato direto com consumidores na ponta, depois que a Petrobras vendeu completamente a BR Distribuidora, durante o governo de Jair Bolsonaro. A BR se transformou na Vibra, mas permanece com o direito de usar a marca Petrobras em seus postos até 2029.

"Temos muito orgulho de ter esse contrato de licenciamento da marca Petrobras, a marca mais reconhecida pelo brasileiro e... a seu tempo, nós vamos analisar essas oportunidades estratégicas, seja a renovação desse contrato ou a busca de uma outra solução", disse Pousada.

"Talvez seja um dos temas mais importantes que nós temos na companhia a longo prazo, mas ele não é um tema urgente que deve tomar grande parte do nosso tempo neste momento."

RESULTADOS E EXPECTATIVAS

Sobre desempenho, Pousada afirmou que a companhia está bastante focada em crescer, com margem, e que buscará reduzir a alavancagem para menos de 2,5 vezes dívida líquida/Ebitda até o fim do ano.

"O segundo semestre, marcadamente um semestre de mais demanda, tipicamente teremos mais caixa, teremos a redução da nossa alavancagem, teremos mais margem e vamos continuar crescendo em ’market share’", disse Pousada.

A Vibra Energia divulgou na véspera lucro líquido de R$292 milhões no segundo trimestre, recuo de 66,3% na comparação com o mesmo período do ano passado.

A companhia encerrou junho com participação de mercado consolidado de 23,7%, o que representa um crescimento de 0,3 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, puxado pela entrada de 43 novos postos em sua rede, totalizando um acréscimo de 92 unidades este ano.

Entre os meses de abril a junho de 2025, a companhia alcançou um Ebitda ajustado de R$1,5 bilhão e uma margem Ebitda ajustada de R$143/m³.

Parte do resultado, segundo o executivo, foi influenciado pelo combate ao mercado ilegal de combustíveis.

"A gente olha e vê que a questão da monofasia do etanol ajudou, a gente conseguiu avançar no mercado de etanol, inclusive avançamos com etanol no mercado bandeira branca, a gente dobrou a nossa margem do etanol, a gente cresceu o ’market share’", afirmou.

"Esse crescimento de embandeiramento, a gente está vendo um movimento expressivo também em São Paulo e isso vem da monofasia do etanol."

Pousada também observou que algumas distribuidoras que não cumpriam com as metas de aquisição dos créditos de descarbonização (CBios) passaram a comprar.

O executivo ponderou, no entanto, que ainda há trabalho a ser feito contra irregularidades. "É uma jornada de longo prazo em que, através do ICL (Instituto Combustível Legal), nós vamos ser consistentes, resilientes para que a gente possa sanear esse mercado definitivamente dessas práticas".

(Por Marta Nogueira)

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