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(Reuters) -O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta segunda-feira que a guerra na Ucrânia é "uma confirmação" de que o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) "não atende" aos desafios do mundo atual e que os próprios membros do organismo não respeitam a Carta da ONU.
"A guerra na Ucrânia é mais uma confirmação de que o Conselho de Segurança das Nações Unidas não atende aos atuais desafios à paz e à segurança. Seus próprios membros não respeitam a Carta da ONU", disse Lula em discurso na cúpula Celac-União Europeia, em Bruxelas.
O presidente também reiterou que o Brasil repudia o uso da força como meio de resolver disputas e apoia iniciativas de diferentes países e regiões pelo cessar-fogo na Ucrânia, além de indicar que dividir o mundo em blocos antagônicos seria "uma insensatez".
"Precisamos de paz para superar os grandes desafios que temos diante de nós e isso implica mudanças sistêmicas profundas. Dividir o mundo em blocos antagônicos seria uma insensatez", disse.
Lula também afirmou que é "inadiável" reformar o modelo de governança global e que o atual sistema "perpetua assimetrias" e "aumenta a instabilidade". Ele disse que o tema será central durante a presidência brasileira do G20, em 2024.
Mais cedo, durante fala em fórum empresarial entre UE e países da América Latina, Lula já havia condenado o uso de recursos para fins bélicos na Europa como um desvio da priorização de assuntos mais essenciais.
"A guerra no coração da Europa lança sobre o mundo o manto da incerteza e canaliza para fins bélicos recursos até então essenciais para a economia e programas sociais", disse.
Desde que tomou posse em 1º de janeiro, Lula tem se colocado como um possível mediador para o conflito na Ucrânia e defendido a resolução por vias diplomáticas, criticando o Ocidente pelo fornecimento de armas ao lado ucraniano.
Declarações anteriores de Lula pedindo que países aliados de Kiev parem de enviar armas à Ucrânia para evitar um prolongamento da guerra com a Rússia foram criticadas por nações ocidentais, em especial os Estados Unidos.
(Por Fernando Cardoso, em São PauloEdição de Pedro Fonseca)