Hong Kong emite mandados de prisão para 19 ativistas estrangeiros acusados de subversão

Publicado 26.07.2025, 15:22
Atualizado 26.07.2025, 15:25
© Reuters. Imagens de cinco ativistas são exibidas durante coletiva de imprensa sobre mandados de prisão em Hong Kong, Chinan14/12/2023nREUTERS/Tyrone Siu

Por Jessie Pang

HONG KONG (Reuters) - A polícia de segurança nacional de Hong Kong anunciou mandados de prisão para 19 ativistas sediados no exterior, o maior número já registrado, acusando-os de subversão de acordo com uma rigorosa lei de segurança nacional.

Eles são acusados de organizar ou participar do "Parlamento de Hong Kong" -- grupo que segundo autoridades do centro financeiro asiático teria como objetivo subverter o poder do Estado -- nos termos da lei imposta por Pequim em 2020 após meses de protestos pró-democracia em 2019.

Segundo a polícia, a organização buscava derrubar os governos da China e de Hong Kong por meios ilegais. O caso ainda é investigado e outras prisões podem ocorrer, disse a polícia.

Entre as pessoas citadas estão o empresário Elmer Yuen, o comentarista Victor Ho e os ativistas Johnny Fok e Tony Choi. Quatro deles estão sujeitos a mandados de prisão anteriores, cada um com uma recompensa de US$127.000.

No caso dos 15 restantes, a polícia oferece uma recompensa de US$25.480.

Nenhum dos acusados pôde ser contatado para comentar o assunto.

Neste sábado, o Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, condenou a medida, que, segundo ele, visava alguns indivíduos sediados nos EUA.

"Não toleraremos as tentativas do governo de Hong Kong de aplicar suas leis de segurança nacional para silenciar ou intimidar norte-americanos ou qualquer pessoa em solo norte-americano", escreveu ele em uma declaração.

Os secretários de Relações Exteriores e do Interior do Reino Unido também condenaram a medida em uma declaração conjunta, afirmando que ela é "outro exemplo de repressão transnacional" e prejudica a reputação internacional de Hong Kong.

Em resposta, a embaixada chinesa no Reino Unido disse que os comentários do governo britânico "constituem uma interferência grosseira" nos assuntos internos da China e no Estado de Direito em Hong Kong.

"A China pede que o Reino Unido abandone sua mentalidade colonial, pare de interferir nos assuntos de Hong Kong... pare de proteger criminosos", disse.

A ex-colônia britânica retornou ao domínio chinês em 1997 com a garantia de um alto grau de autonomia, incluindo a liberdade de expressão, sob a fórmula "um país, dois sistemas".

Críticos da lei de segurança nacional dizem que as autoridades a utilizam para sufocar a dissidência.

Autoridades chinesas e de Hong Kong afirmaram repetidamente que a lei é vital para restaurar a estabilidade após a cidade ser abalada durante meses por protestos por vezes violentos contra o governo e contra a China em 2019.

A polícia reiterou que os delitos contra a segurança nacional eram crimes graves com alcance extraterritorial e pediu que os indivíduos procurados retornem a Hong Kong e se entreguem.

(Reportagem de Jessie Pang; reportagens adicionais de Liz Lee, em Pequim, e Susan Heavey, em Washington)

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