SÃO PAULO (Reuters) - A bolsa paulista se recuperou parcialmente da queda da véspera, apoiada por notícias positivas sobre a disputa comercial entre Estados Unidos e China, em sessão também marcada por uma bateria de resultados corporativos domésticos.
O Ibovespa subiu 1,36%, a 103.299,47 pontos. O volume financeiro do pregão somou 18,2 bilhões de reais. O pregão desta terça-feira também foi marcado por ajuste antes do vencimento dos contratos de opções do Ibovespa e do índice futuro na quarta-feira.
O governo norte-americano prometeu adiar a aplicação de tarifas de 10% sobre alguns produtos chineses, incluindo laptops e celulares, prevista para entrar em vigor em setembro, o que animou os mercados acionários globais.
"Estamos fazendo isso para a temporada de Natal" para evitar qualquer impacto adverso sobre os compradores dos EUA, disse o presidente norte-americano, Donald Trump, a jornalistas.
Em paralelo, o Ministério do Comércio chinês disse que o vice-primeiro-ministro da China, Liu He, falou por telefone com autoridades comerciais dos Estados Unidos, e que novas negociações ocorrerão em duas semanas.
Em Wall Street, as bolsas firmaram alta após os comentários, com o S&P 500 avançando 1,47%.
"A divulgação do atraso da implementação das tarifas é na pratica uma demonstração de que há mais tempo para que EUA e China tentem chegar a um acordo comercial", destacou o estrategista Felipe Sichel, do modalmais.
Houve também uma trégua na bolsa argentina, após o tombo de 37% da véspera por apreensão com a cena eleitoral, com o índice Merval subindo 10% nesta terça-feira.
Segundo estrategistas do Bank of America Merrill Lynch, a América Latina já era a região emergente mais ameaçada pela escalada da guerra comercial EUA-China e queda do iuan para um mínimo de 11 anos antes da surpresa na Argentina.
"A América Latina aparece como a região mais vulnerável não apenas devido à alta exposição à China e aos preços das commodities, mas também porque as ferramentas disponíveis para implementar políticas monetárias anticíclicas são mais limitadas" disseram estrategistas do Merrill Lynch em nota.
Ainda no radar local, o relator da proposta da reforma tributária em comissão especial na Câmara dos Deputados, deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), estimou que apresentará seu parecer em 8 de outubro, além do início dos trabalhos envolvendo a tramitação da reforma da Previdência no Senado.
DESTAQUES
- MAGAZINE LUIZA (SA:MGLU3) subiu 3,93%, após resultado trimestral com forte crescimento nas vendas, com destaque no comércio eletrônico. Executivos da empresa afirmaram que enxergam potencial para entrega de resultados mais fortes até o fim do ano, já que a base comparativa dos próximos meses não será tão desafiadora quanto no segundo trimestre. No setor, VIA VAREJO avançou 2,17% e B2W (SA:BTOW3) valorizou-se 2,73%.
- SUZANO (SA:SUZB3) avançou 5,87%. KLABIN subiu 3,3%. Analistas do Itaú BBA afirmaram que a perspectiva de curto prazo ainda é desafiadora para o setor de celulose, mas que as ações estão baratas.
- ECORODOVIAS (SA:ECOR3) avançou 4%, após assinar na véspera acordo de leniência de 400 milhões de reais com a força-tarefa Lava Jato do Ministério Público Federal no Paraná, valor que inclui multas, reduções de tarifas de pedágio e investimentos nos empreendimentos operados pela empresa.
- VALE (SA:VALE3) subiu 2,97%, acompanhando o movimento de mineradoras no exterior, em sessão ainda marcada por leve alta dos preços futuros do minério de ferro na China.
- COSAN (SA:CSAN3) cedeu 1,36%, mesmo após divulgar lucro líquido de 418 milhões de reais para o segundo trimestre, ante prejuízo de 64,3 milhões no mesmo período de 2018.
- ELETROBRAS PNB (SA:ELET6) caiu 0,3%, tendo no radar resultado trimestral com lucro líquido de 5,56 bilhões de reais no segundo trimestre, salto de 305% na comparação anual, influenciado pela venda da Amazonas Energia.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN (SA:BBDC4) subiram 1,96% e 1%, respectivamente. BANCO DO BRASIL (SA:BBAS3) fechou em alta de 1,2%.
- PETROBRAS PN (SA:PETR4) avançou 1,2%, apoiada na forte valorização dos preços do petróleo no exterior.