Por Ahmed Rasheed e Timour Azhari
BAGDÁ (Reuters) - Os iraquianos estavam votando nesta segunda-feira nas primeiras eleições para o conselho provincial em uma década, com a aliança muçulmana xiita no poder provavelmente ampliando seu controle em meio a um boicote do clérigo populista Moqtada al-Sadr, seu principal rival político.
A votação é vista como um teste para a jovem democracia iraquiana - instalada pelos Estados Unidos após a derrubada de Saddam Hussein em 2003 - antes das votações parlamentares de 2025 que determinarão o equilíbrio de poder em uma nação onde grupos próximos ao Irã ganharam influência nos últimos anos.
A apatia dos eleitores tem aumentado entre uma população majoritariamente jovem que sente não ter visto os benefícios da enorme riqueza do petróleo do Iraque, grande parte da qual é mal direcionada ou roubada em um país classificado entre os mais corruptos do mundo.
Políticos seniores pediram um alto comparecimento após votarem em um centro luxuoso montado para as principais autoridades em um dos melhores hotéis de Bagdá.
Mais de 16 milhões de iraquianos se registraram para votar na segunda-feira, menos do que nas eleições parlamentares de 2021, quando as autoridades disseram que 22 milhões estavam aptos a votar. Na época, o comparecimento foi de 41% dos eleitores elegíveis.
As eleições locais ocorreram pela última vez em 2013. Elas foram adiadas por causa da guerra contra os militantes do Estado Islâmico, que tomaram conta de grande parte do Iraque, mas acabaram sendo derrotados.
A segurança no país melhorou e o foco do público mudou para os serviços ruins do governo, o alto índice de desemprego e a corrupção desenfreada - questões que estiveram no centro dos protestos em massa de 2019 que foram violentamente reprimidos pelas forças de segurança.