Israel enfrenta críticas no país e no exterior por plano de escalada da guerra em Gaza

Publicado 08.08.2025, 11:46
Atualizado 08.08.2025, 11:50
© Reuters. Local atacado por Israel na Cidade de Gazan 8/8/2025    REUTERS/Mahmoud Issa

Por Alexander Cornwell

JERUSALÉM (Reuters) - O gabinete de segurança de Israel aprovou um plano para assumir o controle da Cidade de Gaza, uma medida que expande as operações militares no território palestino destruído, e que provocou novas e fortes críticas no país e no exterior, nesta sexta-feira, em relação à condução da guerra.

A Alemanha, um importante aliado europeu, anunciou que interromperá as exportações de equipamentos militares para Israel que poderiam ser usados em Gaza. O Reino Unido pediu a Israel que reconsidere sua decisão de intensificar a campanha militar em Gaza.

No entanto, o embaixador dos Estados Unidos em Israel, Mike Huckabee, nomeado pelo presidente Donald Trump, disse à Reuters que alguns países pareciam estar pressionando Israel em vez de pressionar o grupo militante Hamas, cujo ataque mortal a Israel em 2023 deflagrou a guerra.

Em Israel, famílias de reféns mantidos por militantes em Gaza e líderes da oposição criticaram o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu por uma decisão que, segundo eles, colocará a vida dos reféns em risco.

Aliados de extrema-direita da coalizão de Netanyahu têm pressionado por uma tomada total de Gaza como parte de sua promessa de erradicar os militantes do Hamas, embora os militares tenham alertado que isso poderia colocar em risco a vida dos reféns remanescentes mantidos pelos militantes.

O líder da oposição Yair Lapid classificou a decisão de enviar as forças israelenses para a Cidade de Gaza como um desastre, dizendo que ela desafiou a orientação dos militares e das autoridades de segurança.

Ele acusou os ministros de extrema-direita Itamar Ben Gvir e Bezalel Smotrich de arrastarem Netanyahu para uma campanha prolongada que resultaria na morte de reféns e soldados.

Netanyahu disse a Bill Hemmer, do canal Fox News, em uma entrevista que foi ao ar na quinta-feira, que os militares pretendiam assumir o controle de toda a Faixa de Gaza.

O anúncio do gabinete do primeiro-ministro no início da sexta-feira, após a reunião do gabinete de segurança de quinta-feira, informa que os militares tomariam a Cidade de Gaza, mas não disse se as forças israelenses tomariam todo o enclave.

 

"CORAÇÃO DE GAZA"

Os militares afirmam que controlam cerca de 75% de Gaza. Amir Avivi, um general de brigada israelense reformado, estimou que se os militares tomarem a Cidade de Gaza, isso daria a Israel o controle de cerca de 85% da Faixa.

"A Cidade de Gaza é o coração de Gaza. É realmente o centro do governo. Ela sempre foi a mais forte e, mesmo aos olhos do Hamas, a queda da Cidade de Gaza é praticamente a queda do Hamas", disse Avivi. "Tomar o controle da Cidade de Gaza é uma virada de jogo."

A mídia israelense afirmou que 900.000 pessoas vivem atualmente na Cidade de Gaza, incluindo muitas que foram deslocadas pelos militares.

Antes da guerra, acreditava-se que as unidades de combate mais poderosas do Hamas operavam no norte de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza.

Na entrevista à Fox News, Netanyahu disse que Israel não quer manter a Faixa de Gaza, mas estabelecer um "perímetro de segurança" e entregar o território às forças árabes.

Há 50 reféns ainda detidos em Gaza, dos quais as autoridades israelenses acreditam que 20 estão vivos. A maioria dos libertados até agora foi resultado de negociações diplomáticas. As negociações para um cessar-fogo que poderia ter levado à libertação de mais reféns fracassaram em julho.

 

CONDENAÇÃO DO EXTERIOR

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, está entre os líderes estrangeiros que pediram a Israel que reconsidere sua decisão de avançar para a Cidade de Gaza.

A potência regional Arábia Saudita, que disse que não poderia normalizar os laços com Israel sem o estabelecimento de um Estado palestino, condenou qualquer movimento de ocupação de Gaza.

Perguntado em uma entrevista à Reuters sobre as críticas à decisão de Israel de intensificar a guerra, o embaixador dos EUA Huckabee questionou por que algumas nações estavam "mais uma vez" colocando "toda a pressão sobre Israel" em vez de sobre o Hamas.

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